Quando Jesualdo Ferreira falou na antevisão do jogo que somos todos filhos de Deus e que por isso haveríamos de ganhar um dia em Inglaterra desconfiei logo que o resultado não nos fosse favorável. Não é por mal, mas a minha crença em Deus é igual ao número de Champions League ganhas pelo Chelsea: ZERO. Mas para os crentes a única justificação para mais uma injusta derrota em terras inglesas pode muito bem ser que o Deus responsável pela pasta dos jogos europeus do F.C.Porto esqueceu-se, mais uma vez, de apanhar o avião para Londres.
Falando de futebol, Jesualdo Ferreira surpreendeu na composição da equipa inicial. Se as presenças de Rodríguez e Mariano eram previsíveis a entrada de Guarín foi uma enorme surpresa, sobretudo porque o colombiano andava longe da titularidade à algum tempo. Mas a verdade é que o médio viria a ser uma das grandes figuras do encontro, rubricando uma exibição em grande nível.
O jogo começou equilibrado e com situações de perigo para as duas balizas. Se por um lado a defesa portista mostrava que estava concentrada e a resolver com maior ou menor dificuldade os ataques do Chelsea, o ataque do F.C.Porto sentia a falta de um homem de área, já que Hulk não conseguia estar em dois lugares em simultâneo. Mariano cedo demonstrou que atravessa um mau momento e que por isso não podia continuar em campo por muito mais tempo. Até ao intervalo o equilíbrio manteve-se , com ligeira ascendência da equipa inglesa, mas que não justificava vantagem no marcador.
Para a segunda parte esperava-se um Chelsea mais pressionante e ofensivo. E foi isso que aconteceu nos minutos iniciais. Uma desatenção do F.C.Porto e uns ressaltos favoráveis aos ingleses deram origem ao golo que viria a fazer toda a diferença no resultado. A resposta dos portistas demorou algum tempo a consumar-se. O Chelsea esteve próximo do segundo golo por duas ocasiões, mas a última meia hora viria a ser controlada e, por vezes, totalmente dominada pelo tetracampeão português, que chegou a encostar à cordas o líder do campeonato inglês. Nessa altura já Falcao tinha entrado e dado à equipa o homem de área que ela necessitava. Desde a entrada do avançado líder dos marcadores em Portugal que o jogou mudou totalmente. Varela, que entrou posteriormente, ajudou a consolidar o domínio portista no terreno, ajudando ao acumular de oportunidades para colocar justiça no marcador. Falcao, Guarín, Hulk e Varela foram incapazes de marcar o golo nas oportunidades que tiveram.
A partida viria a terminar com a expulsão de um dos melhores em campo, Fernando. Após os 90 minutos jogados fica, mais uma vez, a sensação que merecíamos mais e que podíamos ter alcançado mais. O que seria do jogo se Varela e Falcao fossem titulares? A resposta deveria intrigar Jesualdo Ferreira. Helton foi enorme na baliza, Álvaro Pereira esteve também em bom plano, tal como Fernando, mas foi no meio campo que esteve o grande jogador do F.C.Porto neste jogo: Guarín. De todas as mudanças de Jesualdo para este jogo o colombiano foi o que mais justificou a aposta.
Depois desta primeira jornada da fase de grupos da Champions League ficam duas certezas e uma dúvida:
- A certeza que temos jogadores e equipa para surpreendermos de novo a Europa,
- A certeza que, em condições normais, Falcao e Varela têm de ser titulares neste momento,
- E a dúvida Guarín: a jogar assim é impossível sair da equipa, mas a irregularidade deste médio coloca algumas dúvidas quanto ao seu futuro como titular.
Marcador: Anelka.
Super Dragão: Guarín.
1 comentário:
Meu caro se nós nunca ganhamos em Inglaterra, os ingleses só uma vez - na época passada - ganharam no Porto, ao contrário de outros campos portugueses, onde as goleadas - 4-1 Liverpool; 5-1 Manchester -, eram o pão nosso de cada dia.
Um abraço
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