sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

Brilhantes Diamantes: Ljubinko Drulovic

Ljubinko Drulovic foi um futebolista difícil de igualar, pois desenvolveu um estilo muito peculiar. O sérvio tinha um pé esquerdo de sonho. Destacava-se pela velocidade, pela finta deliciosamente curta com que ludibriava os adversários e pelos cruzamentos milimétricos de trivela, que sobrevoavam os adversários e caiam onde deviam cair, ou seja, na cabeça de Jardel. Foi durante épocas a fio o rei das assistências do campeonato. O seu futebol era um regalo para a vista. Drulovic foi um dos mais destacados extremos-esquerdos que passearam classe pelos estádios portugueses.

Jogador de futebol rectilíneo, Drulovic era daqueles que iam à linha de fundo cruzar para a área, habilidade que hoje rareia. O seu requintado pé esquerdo deixou saudades a todos os amantes do futebol-espectáculo. Drulo ingressou no Porto em 93/94, vindo do Gil Vicente. Esteve oito temporadas ao serviço do Porto e contribuiu pessoalmente para cada um dos 5 títulos consecutivos. Drulovic é o exemplo perfeito de que só é Penta quem pode!

Terminado o contrato com o Porto em 2000/01, o internacional sérvio transferiu-se livremente para o SL Benfica, na época seguinte. Um processo conturbado, já que o FCP propôs-lhe a renovação do contrato mas Drulovic já se tinha comprometido com o Sport Lisboa e Benfica. Permaneceu duas temporadas na Luz. A sua saída causou mágoa nos adeptos azuis e brancos, mas a passagem sem glória pelo Benfica levou a que os tripeiros perdoassem a traição.

Após vestir a camisola do Benfica, Ljubinko jogou no campeonato do seu país ao serviço do Partizan de Belgrado. As pazes entre Drulo e o Tribunal das Antas foram feitas, em 2003/04, quando o Partizan jogou com o Porto para a UEFA Champions League. Drulovic entrou no relvado das Antas no decorrer do jogo e foi efusivamente aplaudido pelos presentes. Os melhores anos da sua carreira foram passados nas Antas. Ainda hoje Drulo se refere ao Porto com um enorme carinho, comprovando que o selo da amizade e da gratidão continua intacto. Ljubinko Drulovic finalizou a sua carreira de futebolista no Penafiel.

(Texto retirado parcialmente daqui)

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Está na Hora da Meia-Final!

Depois de eu ter elogiado a anterior eliminatória da Taça de Portugal contra o Sertanense devido à perfeição do dia e da hora (Domingo às 15h30m), a Federação Portuguesa de Futebol inteligentemente calendarizou um jogo para uma Quarta-Feira às 18h30m!!!!! Como tal, foi impossível deslocar-me ao Estádio e, para mal dos meus pecados, nem sequer o relato pude ouvir! Já para não referir que o Porto-Gil Vicente nem honras de transmissão televisiva teve. Assim, estou impedido, naturalmente, de comentar qualquer incidência do jogo porque não o acompanhei em directo. Registo apenas a vitória do FC Porto sobre o Gil Vicente, valendo então o golo de Tarik Sektioui. Refiro, por último, que elegi Mariano González como o melhor em campo, baseando-me, para isso, nas críticas extremamente favoráveis que tiveram eco por toda a imprensa. Segundo os diários desportivos, Nuno Espírito Santos também esteve em grande nível. Resumindo, já estamos nas meias-finais da Taça de Portugal! Que venha o próximo (a horas decentes, por favor!!!).

Quartos-de-final Taça de Portugal: FC Porto 1-0 Gil Vicente

Estádio do Dragão, Porto

12 117 espectadores










FC Porto: Nuno; Bosingwa, João Paulo, Stepanov e Lino; Paulo Assunção, Kazmierczak e Mariano; Hélder Barbosa (Lisandro, 57’), Farías (Adriano, 73’) e Sektioui (Lucho, 46’).

Treinador: Jesualdo Ferreira

Gil Vicente: Paulo Jorge; Paulo Arantes, Pedro Ribeiro, Diego Gaúcho e João Pedro; Filipe Fernandes, Luís Miguel (Coentrão, 46’), Zongo (Tiago André, 59’) e João Vilela (Bruno Filipe, 71’); Hermes e Maciel.

Treinador: Paulo Alves

Marcadores: 1-0, Tarik Sektioui (23m)

Disciplina: Cartão amarelo para Pedro Ribeiro (80m).

Melhor em campo: Mariano González

domingo, 24 de fevereiro de 2008

A Poucos Passos do Tri!

O Porto venceu e convenceu na recepção ao Paços de Ferreira. Depois da derrota para a Champions League, o clube da Cidade Invicta cumpriu com a sua obrigação frente a um Paços de Ferreira em posição aflitiva na classificação. Foram marcados três golos, mas poderiam ter sido mais. Os postes foram amigos de Peçanha. Farías e Lisandro que o digam.

O Paços de Ferreira não se inibiu com o Bicampeão Nacional e foi bastante atrevido no ataque. Jogando com uma defesa subida e a toda a largura do campo, a equipa de José Mota conseguiu adiar o golo portista até onde pôde. Todas as alturas são boas para se marcar um golo e mesmo em cima do intervalo Lisandro instalou o gáudio na nação portista. Um passe sensacional de Lucho González fez a bola colar-se ao pé de Lisandro, que depois só teve de meter a bola por entre as pernas de Peçanha. Estava feito o mais difícil.

No começo da segunda parte, uma boa envolvência colectiva deu origem ao segundo golo do Porto e também ao segundo golo da conta pessoal de Lisandro López. Farías assistiu Lisandro que oportunamente fez balançar as redes. Mais ocasiões de golo foram arquitectadas, mas só perto do final da partida é que se deu a dilatação do resultado. Seria Mariano Gonzalez a finalizar com classe, após mais uma assistência primorosa de Lucho. Que bem que jogou o camisola 8! Felicite-se também Mariano que há muito ansiava por este momento.

Lisandro López revela-se imparável, sendo o inimigo número um dos guarda-redes do campeonato português. Lucho González encontra-se em boa condição física e espalha classe pelos relvados. Raul Meireles está numa super forma, Bosingwa regressou ao seu posto, Pedro Emanuel revela-se seguríssimo e Helton continua com apenas um golo sofrido no Dragão. Em suma, este jogo representou mais uma passada importante rumo ao Tricampeonato. As individualidades do Porto exibem-se a um nível elevadíssimo e, mais importante de tudo, colocam as suas qualidades ao serviço do colectivo. Quando Quaresma se juntar à festa, os adversário que temam e que corram. Mas que temam e que corram muito! O pior é se já não vão a tempo de fazer nada... Paciência, fica para o ano!

20ª Jornada da Liga: FC Porto 3-0 Paços de Ferreira

Estádio do Dragão, Porto

31 209 espectadores










FC Porto: Helton; Bosingwa, Pedro Emanuel, Bruno Alves e Cech; Lucho, Paulo Assunção e Raul Meireles (Mariano, 76’); Sektioui (Kaz, 87’), Farías e Lisandro (Hélder Barbosa, 79’).

Treinador: Jesualdo Ferreira

Paços de Ferreira: Peçanha, Ferreira, Rovérsio, Kiko e Mangualde; Filipe Anunciação, Paulo Sousa e Pedrinha (Dedé, 54’); Wesley (Renato Queirós, 76’); Edson (Furtado, 67’) e Cristiano.

Treinador: José Mota

Marcadores: 1-0, Lisandro (45m); 2-0, Lisandro (53m); 3-0, Mariano (90m)

Disciplina: cartão amarelo a Kiko (51m), Filipe Anunciação (67m), Paulo Sousa (85m) e Mangualde (86m).

Melhor em campo: Lisandro López

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

A Outra Face de Gelsenkirchen

O Porto está a perder no intervalo desta eliminatória da Champions League da UEFA. O início de jogo atípico do Porto decidiu o resultado final no estádio do Schalke 04. Com um meio-campo forte e em superioridade numérica, a equipa gemânica aproveitou a descompensação que existia no lado esquerdo da defesa do Porto e marcou o único golo do encontro. O Porto conseguiu encontrar-se, dominar a partida e criar ocasiões de facturar, mas não teve sorte no regresso ao palco de Gelsenkirchen. Pela produção na segunda parte justificava-se o empate. Tal não aconteceu, mas está tudo por definir no dia 5 de Março quando se realizar a 2ª mão dos oitavos-de-final da Champions League no Estádio do Dragão.

O Schalke 04 entrou de rompante e surpreendeu o Porto logo com um golo aos quatro minutos de jogo. A robustez e a intensidade com que jogou o meio-campo do Schalke 04 contribuíram para aniquilar os movimentos de toda a estrutura do FC Porto. Após o golo de Kuranyi, o Porto procedeu a algumas rectificações posicionais e correu atrás do prejuízo. Ainda assim, o Schalke 04 aproximava-se com muito perigo da baliza de Helton, que esteve em bom plano no período do jogo em que os alemães se revelavam mais fortes.

Na segunda parte, o Porto foi melhor. O Schalke 04 refreou o seu ímpeto porque estava a vencer mas também porque o FC Porto já controlava a partida e criava mais dificuldades aos germânicos. Exemplo disso foi um excelente remate de Raul Meireles que por pouco não entrou. Todavia, num dos mais belos lances do jogo, Lisandro não conseguiu dar o melhor seguimento ao trabalho conjunto de Raul Meireles, Lucho e Quaresma. Em boa posição, Lisandro López estranhamente não conseguiu colocar a bola dentro da baliza do Schalke 04. O Porto já merecia a igualdade nesta altura da partida. Quase no final, através de um canto, Bruno Alves não acertou bem na bola, esta passou à frente da baliza do guardião alemão sem que nenhum jogador do Porto a conseguisse desviar para golo.

O Schalke 04 provou que é um opositor de grande valia. Fez uma primeira parte de muito bom nível e possui excelentes executantes. O Porto terá obrigatoriamente que aprender com os erros que se cometeram no princípio do jogo e que se revelaram fatais nesta primeira mão. No entanto, ainda faltam mais noventa minutos de futebol. Com a mesma determinação e personalidade da segunda parte do jogo de ontem, o Porto tem tudo para levar de vencido o Schalke 04 no Estádio do Dragão.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Oitavos-de-final Champions League (1ª mão): Schalke 04 1-0 FC Porto

Arena auf Schalke, Gelsenkirchen










Schalke 04: Neuer; Rafinha, Bordon, Krstajic e Westermann; Jones, Ernst, Rakitic (Grossmuller, 76’) e Kobiashvili; Asamoah (Altintop, 80’) e Kuranyi (Vicente Sanchez, 89’).

Treinador: Mirko Slomka

FC Porto: Helton; João Paulo, Pedro Emanuel, Bruno Alves e Fucile (Mariano, 85’); Paulo Assunção, Lucho González e Raul Meireles; Lisandro Lopez, Farías (Tarik, 56’) e Quaresma.

Treinador: Jesualdo Ferreira

Marcadores: 1-0, Kuranyi (4m)

Disciplina: Cartão amarelo a Jones (45m), Ernst (68m) e Grossmuller (84m).

Melhor em campo: Pedro Emanuel

sábado, 16 de fevereiro de 2008

A Arte de Bem "Lichar" a Madeira

Tudo na vida requer arte e engenho. Assim, Lisandro López apresentou predicados para ser eleito o artista engenhoso capaz de trabalhar exemplarmente a Madeira. O número 9 portista simplificou a árdua tarefa que costuma ser atribuída ao Porto quando o adversário tem por nome Marítimo. Lisandro López laborou com classe e a obra final teve uma apreciação muito boa. O trabalho colectivo do Porto foi impecável, especialmente na segunda parte. No início do jogo, parecia que a história madrasta do Porto no Estádio dos Barreiros ia ter continuação, mas Lisandro López talhou a Madeira com mestria. O Porto trouxe na bagagem três pontos perfeitamente merecidos.

A partida começou por ser aborrecida, com muitas disputas a meio-campo. Adivinhava-se que o jogo podia tornar-se ainda mais maçador para os portistas porque o Marítimo chegava perigosamente à área portista, principalmente por acção de Ricardo Esteves. No entanto, com um grande pulmão e abnegação, as hostes portistas aguentaram esses minutos iniciais e rapidamente empreenderam esforços no sentido de dominar o território de forma a violar a baliza de Marcos.

As oportunidades começaram então a desenhar-se. Primeiro Fucile, depois Lucho e ainda Farías. Goradas estas chances, pensar-se-ia que os sul-americanos estavam em maré de azar. Nada mais errado, até porque Lisandro ainda só estava a apalpar terreno, a ver a qualidade dos ilhéus para então depois adornar a partida com o seu estilo. Nada melhor do que ir para o intervalo a vencer. Lisandro num lance inteligentíssimo tirou os defesas maritimistas da frente e rematou sem hipóteses para Marcos. Um golo de belo efeito que espelhava o controlo eficiente da partida por parte do Porto.

A segunda parte foi de excelente nível para os azuis e brancos. As ocasiões de golo surgiram em catadupa, sendo que Marcos e a falta de pontaria adiavam apenas o inevitável: o avolumar do score portista. O guardião maritimista parou espectacularmente um remate soberbo de Lucho, mas pouco depois não conseguiu impedir o recém-entrado Tarik de marcar. Aproveitando para gerir o resultado e o esforço, o Porto esteve à vontade para praticar um futebol agradável, com momentos de fino recorte futebolístico. Com Quaresma a assumir a batuta e com Lucho a garantir o que o seu nome sugere, Lisandro López foi o concretizador do estilo irresistível que o Porto vinha impondo. Licha assinou o golo dezasseis na Liga e habilita-se cada vez mais a ser o goleador deste campeonato.

Mais uma jornada que passou e menos tempo falta para o cumprimento do objectivo incontornável do Porto: o Tricampeonato. A vitória categórica num dos terrenos historicamente mais difíceis para os Bicampeões Nacionais comprova que o certificado de qualidade do FC Porto está efectivamente em vias de ser renovado. Para oficializar esse acontecimento, naturalmente que ainda faltam alguns pontos, mas o escudo de Campeão não está estampado nas nossas camisolas por acaso.

19ª Jornada da Liga: Marítimo 0-3 FC Porto

Estádio dos Barreiros, Madeira











Marítimo: Marcos; Ricardo Esteves, Antoine, Ediglê e Evaldo; João Luiz, Bruno, Marcinho e Djalma; Márcio Mossoró (Gonçalo, 74’) e André Pinto (Kanu, 64’).

Treinador: Sebastião Lazaroni

FC Porto: Helton; Fucile (João Paulo, 71’), Bruno Alves, Pedro Emanuel e Cech; Paulo Assunção, Raul Meireles (Kaz, 73’) e Lucho Gonzalez; Quaresma, Lisandro e Farias (Tarik, 66’).

Treinador: Jesualdo Ferreira

Marcadores; 0-1, Lisandro (45m); 0-2, Tarik (69m); 0-3, Lisandro (83m)

Disciplina: Cartão amarelo para Lucho Gonzalez (21 m), Djalma (21 e 61 m), Raul Meireles (44 m), André Pinto (45 m), Kazmierczak (75 m) e Pedro Emanuel (80 m). Cartão vermelho a Djalma por acumulação (61m).

Melhor em campo: Lisandro López

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

FC Porto Melhor Clube do Mundo na Última Década


Contra factos, não há argumentos! Este é um registo que deve encher de orgulho todos os portistas. Naturalmente, estão de parabéns todos aqueles que contribuíram para que se alcançasse este feito. Futebol Clube do Porto, "A Vencer Desde 1893"!

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Bem-haja ao Futebol à Antiga!

Numa hora perfeita (15h30m), num dia perfeito (Domingo), com um tempo óptimo, primaveril, num estádio lotado de público, o Porto acrescentou golos para que se consumasse o regresso ao futebol à antiga. Pena que só aconteça em eliminatórias da Taça de Portugal e não semanalmente na Liga portuguesa. O Sertanense, como anfitrião, está de parabéns pela bela festa que proporcionou na visita do FC Porto.

No terreno de jogo, o Porto cumpriu com a sua obrigação e goleou. Os Bicampeões Nacionais tornaram o jogo fácil ao procurarem desde cedo a vitória. Tarik começou por materializar a ambição portista ao inaugurar o marcador contra o Sertanense. Farías imitou o gesto de Tarik e as hipóteses da equipa da III divisão fazer uma surpresa na Taça de Portugal reduziram-se substancialmente.

Para lá da festa que se fazia nas bancadas do Estádio Dr Marques dos Santos, o melhor estava reservado para o final da primeira parte. Ao minuto quarenta e cinco, Kazmierczak empolgou-se pelos bombos que ecoavam das bancadas e desferiu uma bomba à entrada da área do Sertanense. A bola entraria no ângulo superior esquerdo da Baliza do time da Sertã.

Com uma curiosa legião de brasileiros, a equipa do Sertanense não foi capaz de fazer sombra ao Porto. Foi, portanto, com naturalidade que a equipa da Cidade Invicta chegou em vantagem ao intervalo. No reatar das emoções, Kaz tentou fazer um chapéu ao guardião do Sertanense mas a bola caprichosamente embateu na trave. Porém, Farías incumbiu-se da missão de ampliar a vantagem, bisando assim na partida. Ernesto Farías demonstrou igualmente nesta partida a sua aplicação ao trabalho em prol da equipa e provou que a veia goleadora pode estar para durar, seis meses após a sua chegada ao Dragão.

O resto desta eliminatória de festa serviu para dar minutos aos jovens Castro, Hélder Barbosa e Rabiola. Uma medida de Jesualdo Ferreira que naturalmente se saúda. Rabiola fez mesmo a sua estreia na equipa principal do FC Porto, depois do discreto empréstimo ao Vitória de Guimarães. O Porto ultrapassou mais uma eliminatória da Taça de Portugal tendo em vista o objectivo Jamor. Espera-se que o Porto possa chegar ao palco do Estádio Nacional envolto neste clima de festa. Aliás, era bom que esta festa contagiasse de alguma maneira a Liga portuguesa de modo a que o público voltasse aos estádios. Claro que as entidades responsáveis têm de proporcionar também as condições elementares para que o povo encha as bancadas. Valeu a pena ter calhado ao Porto esta deslocação à Sertã para que tantas pessoas pudessem reviver o verdadeiro futebol, o futebol à antiga.

domingo, 10 de fevereiro de 2008

Oitavos-de-final Taça de Portugal: Sertanense 0-4 FC Porto

Campo de Jogos Dr Marques dos Santos, Sertã

Sertanense: Leo Flores; David Facucho (Bruno Xavier, 45’), Pedro Miguel, Anderson e Américo; Brito, Filipe Avelar (Daniel, 67’) e Leandro; Zâmbia, Hygor (Marco Farinha, 55’) e Vicente.

Treinador: Eduardo Húngaro

FC Porto: Nuno; João Paulo, Stepanov, Pedro Emanuel (Castro, 60’) e Lino; Paulo Assunção, Raul Meireles (Hélder Barbosa, 67’) e Kazmierczak; Mariano, Farías (Rabiola, 74’) e Tarik Sektioui.

Treinador: Jesualdo Ferreira

Marcadores: 0-1, Tarik (7m); 0-2, Farías (35m); 0-3, Kazmierczak (45m); 0-4, Farías (50m).

Disciplina: cartão amarelo a Leandro (65m), Paulo Assunção (83m) e Rabiola (90).

Melhor em campo: Farías

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Brilhantes Diamantes: Zlatko Zahovic

Natural da cidade eslovena de Maribor, Zlatko Zahovic foi um dos mais apaixonantes futebolistas que já pisaram os relvados portugueses. Senhor de um pé esquerdo fabuloso, Zahovic rapidamente conquistou os adeptos do futebol quando ingressou no Guimarães na época de 93/94, proveniente do Partizan de Belgrado. Após três anos fantásticos na Cidade-Berço, Zahovic rumou com destino ao Porto onde certamente viveu o melhor período da sua carreira.

Zlatko Zahovic teve, nas Antas, a oportunidade de aprimorar as suas qualidades técnicas. Passes excelentes, golos belíssimos, fintas e assistências fenomenais, faziam parte do reportório de Zahovic. Todo o seu futebol destilava magia. De azul vestido conquistou três campeonatos e uma taça de Portugal, sendo um dos heróis do histórico Pentacampeonato.

Terminado um glorioso ciclo de três anos no Porto, Zahovic entendeu que seria altura de sair para outras paragens. O Valência piscou várias vezes o olho a Zahovic, mas o Porto recusou todas as ofertas dos espanhóis, por achar que não eram condizentes com o valor de Za. Seria então o Olympiakos a apresentar a proposta mais vantajosa para o Porto. Partia de um modo algo conturbado um dos futebolistas mais adorados pelos adeptos. A aventura grega não correu da melhor maneira e após um ano de estadia em Atenas, o Valência, o tal sonho adiado do esloveno, apresentou argumentos ao clube do Pireu para levar Zahovic.

Finalmente, onde sempre quis estar, Zlatko Zahovic cumpria o sonho de jogar na Liga espanhola e num clube com aspirações de grandes voos na Europa. Zahovic com o Valência chegou mesmo à final da Liga dos Campeões em 2000/01. Defrontou o Bayern de Munique na final disputada em Milão, que terminou com a vitória dos alemães no desempate por grandes penalidades. Zahovic chamado a converter um penalty, permitiu a defesa de Kahn. Não estando totalmente satisfeito com a sua utilização em Valência, surgiu a possibilidade de Zahovic retornar ao futebol português.

A porta de entrada foi o Benfica. Zahovic mudou-se para a Luz e cumpriu três anos e meio de contrato com o Sport Lisboa e Benfica. Aí, venceu uma Taça de Portugal e um Campeonato Nacional. Como curiosidade, Zahovic, no FC Porto, defrontou por oito ocasiões o Benfica e perdeu apenas uma! No SL Benfica, Zahovic defrontou por sete vezes o Porto e somente venceu um jogo! Mesmo não tendo sido uma troca directa de camisolas, alguns portistas sentiram-se magoados com Zahovic quando este ingressou no clube lisboeta. Quanto mais não seja por verem Zlatko emprestar o seu talento ao eterno rival.

Genial, prodigioso, talentoso, mas também rebelde, temperamental e de feitio difícil, Zlatko Zahovic, por tudo isto, marcou o futebol português, estando para sempre no coração daqueles a quem dedicou tantos momentos de magia.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

Quando a caneta verte o sangue das veias (8)

Balada do Rio Doiro

Que diz além, além entre montanhas,
O Rio Doiro à tarde, quando passa?
Não há canções mais fundas, mais estranhas,
Que as desse rio estreito de água baça!...
Que diz ao vê-lo o rosto da cidade?
Ó ruas torturadas e compridas,
Que diz ao vê-lo o rosto da cidade
Onde as veias são ruas com mil vidas?...
Em seus olhos de pedra tão escuros
Que diz ao vê-lo a Sé, quase sombria?
E a tão negra muralha à luz do dia?
E as ameias partidas sobre os muros?
Vergam-se os arcos gastos da Ribeira...
Que triste e rouca a voz dos mercadores!...
Chegam barcos exaustos da fronteira
De velas velhas, já multicolores...
Sinos, caixões, mendigos, regimentos,
Mancham de luto o vulto da cidade...
Que diz o rio além? Porque não há-de
Trazer ao burgo novos pensamentos?
Que diz o rio além? Ávido, um grito
Surge, por trás das aparências calmas...
E o rio passa torturado, aflito,
Sulcando sempre o perfil nas almas!...

Pedro Homem de Mello

domingo, 3 de fevereiro de 2008

Carnaval Argentino

Na senda do brilhantismo exibicional de Alvalade, o Porto conseguiu contra o Leiria exprimir o verdadeiro futebol total, juntando golos à excelência de coordenação de meios. O Leiria foi presa tenra para um Dragão ávido de golos depois de ter pressentido um banquete no covil leonino e de lá ter saído com a barriga vazia. Quatros golos marcados, Farías em excelente plano, Bosingwa também marca, Castro estreou-se, a magia de Quaresma deixou todos boquiabertos, impossibilitando qualquer esboço de assobio, Lisandro continua a facturar, Helton já esqueceu a noite má. Em suma, voltou tudo à normalidade. Que pedir mais, então? O Tricampeonato, obviamente! E quanto mais cedo melhor.

O esforço dos atletas do Futebol Clube do Porto não foi inglório como na jornada anterior. A postura foi seríssima, mesmo jogando contra o último classificado. Houve determinação para se demonstrar em campo que, de facto, Lisboa conheceu no fim-de-semana transacto toda a sorte que podia aspirar conhecer. Em contrapartida, o Porto provou também que tanto infortúnio junto só podia manifestar-se muito de longe a longe. Assim, o Porto deu a manifestação cabal de que não tem rival à altura na Liga portuguesa. Aliás, mesmo tendo perdido na semana anterior o Porto eliminou qualquer dúvida sobre quem é a melhor equipa portuguesa da actualidade.

Este jogo contra o Leiria serviu para queimar mais uma etapa rumo ao ansiado Tricampeonato. E como em época de Carnaval ninguém pode levar a mal, Bosingwa, que é sempre leal e cordial com os adversários que lhe aparecem pela frente, fez uma brincadeirinha a Fernando, guarda-redes do Leiria. Admitamos que Farías desviou, em fora-de-jogo, a bola de Fernando, impossibilitando-o de defender. Mas como bom brasileiro que é, Fernando já deve estar habituado a estas pequenas partidinhas de carnaval. Helton que o diga, pois fizeram-lhe, em Alvalade, uma partida de Carnaval antecipada, imagine-se!

Mesmo com o Brasil ao seu lado, desconhece-se qualquer tradição importante relacionada com o Carnaval na Argentina. Porém, e sendo certamente influenciados pelos muitos brasileiros do plantel, os argentinos do Porto quiseram entrar na festa. Não tendo o Leiria seguranças que pudessem barrar a euforia carnavalesca dos argentinos do Porto, Lucho, Farías e Lisandro desfilaram no Dragão com muitas ganas e os dois últimos irromperam mesmo baliza adentro. Ainda que com um toque português e brasileiro, foi o clã argentino do Porto a mostrar apetência para brilhar nesta quadra festiva, cristalizando-se como verdadeiros reis do Carnaval deste ano. E ninguém tem que levar a mal esta coroação, nem o Leiria, nem os eternos rivais do Porto. O que é nacional é bom, mas desta feita há que haver uma rendição relativamente às qualidades dos argentinos. Eles, tal como é próprio da essência do Porto, são daqueles que gostam sempre de “salir a ganar”. Quando assim é, portugueses, espanhóis ou quaisquer outros só têm que reconhecer a sua excelência. Ninguém pode levar a mal o sucesso dos argentinos do Porto no Carnaval deste ano. Todavia, suspeito que muita gente em Portugal vá ficar um tanto ou quanto jodida se houver festa de arromba no Estádio do Dragão, lá para meados de Maio.

18ª Jornada da Liga: FC Porto 4-0 Leiria

Estádio do Dragão, Porto

32 219 espectadores













FC Porto: Helton; Bosingwa, Pedro Emanuel, Bruno Alves e Fucile; Lucho (Mariano, 63’), Paulo Assunção (Castro, 79’) e Raul Meireles; Lisandro, Farías (Adriano, 75’) e Quaresma.

Treinador: Jesualdo Ferreira

Leiria: Fernando; Éder, Lukasiewicz, Éder Gaúcho e Laranjeiro; Cadú Silva (Toñito, 60’) e Arvid, Faria, Harison e Alhandra (Paulo Sérgio, 35’); Marcelinho.

Treinador: Vítor Oliveira

Marcadores: 1-0, Bosingwa (18m); 2-0, Farías (24m); 3-0, Lisandro (44m); 4-0, Farías (62m).

Disciplina: cartão amarelo a Harison (18m) e Quaresma (87m).

Melhor em campo: Farías