sábado, 27 de setembro de 2008

Vencer para acertar o passo

O FC Porto honrou os seus pergaminhos e venceu o Paços de Ferreira, na quarta jornada da Liga. Na noite de ontem, o Porto não exibiu o futebol bonito pelo qual todos os adeptos suspiram. Ainda assim, saliente-se a importância da vitória numa jornada em que um ou ambos os adversários directos pelo título perderão pontos.

O Porto entrou na partida disposto a rectificar a exibição de Vila do Conde. Rapidamente, o Porto tomou de assalto o controlo do jogo, na ânsia de inaugurar o marcador o mais depressa possível. De facto, o futebol portista em Vila do Conde no primeiro tempo não fora nada famoso. Ontem, os atletas já conseguiram mostrar algo mais e atingiram o que era absolutamente primordial e obrigatório: a vitória.

Notou-se que há jogadores que sofrem de algum cansaço, principalmente aqueles que são obrigados a atravessar o Atlântico para fazerem jogos pelas selecções dos seus países. No entanto, espera-se que o rendimento dos jogadores melhore substancialmente de forma a corresponderem às exigências de todas as competições em que estão envolvidos. A próxima semana será importante, uma vez que o Porto jogará em Londres, a meio da semana, e em Alvalade. Para ambos os jogos, espera-se um Porto em grande nível para que o êxito seja uma realidade.

4ª Jornada da Liga: FC Porto 2-0 Paços de Ferreira

Estádio do Dragão, Porto

31 816 espectadores










FC Porto: Helton; Sapunaru (Candeias, 56’), Rolando, Bruno Alves «cap» e Lino; Tomás Costa, Fernando e Raul Meireles; Lisandro (Hulk, 70’), Farías (Guarin, 56’) e Rodriguez.

Treinador: Jesualdo Ferreira

Paços de Ferreira: Cássio; Ricardo, Ozeia, Tiago Valente e Josa; Filipe Anunciação, Pedrinha «cap» (William, 74’) e Paulo Sousa (Chico Silva, 74’); Cristiano, Leandro Tatu e Filipe Gonçalves (Rui Miguel, 56’).

Treinador: Paulo Sérgio

Marcadores: 1-0, Raul Meireles (14m); 2-0, Hulk (72m)

Disciplina: cartão amarelo a Tiago Valente (33m), Raul Meireles (49m), Josa (80m) e Ozeia (85m).

Melhor em campo: Raul Meireles

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Apenas 45 Minutos de Porto

O FC Porto empatou em Vila do Conde em jogo contra o Rio Ave. Os Tricampeões Nacionais somaram o segundo empate consecutivo em tantas partidas disputadas fora de casa. Frente a um adversário recém-chegado ao escalão principal exigia-se muito mais dos jogadores orientados por Jesualdo Ferreira.

O Porto que entrou ontem no Estádio dos Arcos foi o antónimo do que entrara no jogo contra o Fenerbahçe. A apatia apoderou-se da equipa desde o minuto inicial e assim continuou até ao intervalo. Pode dizer-se que o Porto deu meio-jogo de avanço ao Rio Ave para que pudesse fazer o que mais queria: defender com o Porto longe da sua baliza.

Na segunda parte o Porto melhorou. Aí sim teve mais domínio de jogo, criou oportunidades, enfim, acordou. Porém, já só restavam 45 minutos para se jogar. Paiva, o melhor em campo, impediu que as oportunidades criadas pelo Porto se traduzissem em golos. Na sequência de um grande pontapé de Bruno Alves a bola bate no poste e Gaspar toca na bola com o braço. Uma clara grande penalidade não assinalada que poderia garantir a vitória do Porto. Também não se percebeu muito bem os motivos que levaram a que só um jogador do Rio Ave fosse amarelado. Apesar das oportunidades para marcar, o Porto ficou em branco.

Não obstante o desempenho fraco do árbitro, o Porto deveria ter feito muito mais para assegurar os três pontos. A equipa reclamou no final do jogo da Champions League que não merecia ter ouvido assobios mas já deveria saber que os adeptos não toleram a falta de empenho. Se já com o Fenerbahçe a equipa adormeceu durante alguns períodos do jogo, ontem sucedeu o mesmo na primeira parte. A bola está agora do lado da equipa que tem de se esforçar mais para recuperar posição na tabela e também tem de recuperar a confiança dos adeptos. Quatro pontos perdidos em três jogos na Liga não é um pecúlio nada famoso e em nada condiz com o estatuto de um Tricampeão Nacional. Acordem, rapazes!

3ª Jornada da Liga: Rio Ave 0-0 FC Porto

Estádio dos Arcos, Vila do Conde










Rio Ave: Paiva; Miguel Lopes, Gaspar, Bruno Mendes e Sílvio; André Vilas Boas, Niquinha «cap.» (André Carvalhas, 92’), Livramento (Tarantini, 65’) e Delson; Chidi (Semedo, 70’) e Evandro.

Treinador: João Eusébio

FC Porto: Helton; Sapunaru, Rolando, Bruno Alves e Fucile (Lino, 60’); Fernando, Lucho «cap.» e Raul Meireles (Candeias, 78’); Mariano (Hulk, 60’), Lisandro e Rodríguez.

Treinador: Jesualdo Ferreira

Disciplina: cartão amarelo para Rolando (21m), Fucile (23m), Livramento (29m), Lucho (47m), Hulk (81m) Rodríguez (90m).

Melhor em campo: Paiva

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Entrada à Porto

O FC Porto venceu o Fenerbahçe na estreia na Champions League 2008/09. Entrar a vencer na prova rainha do futebol europeu era algo a que o Porto não estava habituado nos últimos tempos. Colocada de parte a malapata de consecutivamente ter avançado com o pé esquerdo, o Porto alcançou a vitória frente aos turcos e está isolado no primeiro lugar do Grupo G da Champions League.

O Porto apresentou novidades no onze. Desde logo, o regresso de Mariano. Benítez jogou a defesa-esquerdo, devido ao castigo que provém do ano transacto aplicado a Fucile. Rolando e Fernando mantiveram os seus postos depois de terem deixado excelentes indicações na Luz. O Estádio do Dragão assistiu a uma entrada em jogo sensacional do Porto. Domínio avassalador, ataques rápidos, boa circulação e bom aproveitamento das oportunidades de golo. Lisandro e Lucho encarregaram de dar vantagem no marcador ao FC Porto. Aproveitando o balanço, o Porto poderia ter feito o terceiro golo por intermédio de Lisandro, que seguia sozinho, em plena via verde, em direcção à baliza turca. Licha tentou o chapéu ao guarda-redes mas a bola saiu por cima. Uma oportunidade soberana que podia ter dado tranquilidade suficiente para o Porto implementar ainda mais o seu domínio e quiçá vergar o adversário a um resultado mais volumoso.

Diz a sabedoria popular repetidamente que quem não marca sofre. Assim foi. Lisandro desperdiçou e Guiza facturou para o Fenerbahçe. Quando o Porto podia ter dado a estocada final, Lisandro foi misericordioso. Guiza nem por isso. O Fenerbahçe ganhava um novo fôlego com o golo e com tanto tempo para se jogar não iria certamente dar-se por vencido. Sabendo-se da bravura e coração dos turcos, o 2-1 não era uma boa vantagem para o Porto. Deste golo do Fenerbahçe ficou ainda a sensação de que a defesa, principalmente Benítez, poderia ter criado mais dificuldades para que Guiza não facturasse. Mais uma vez sublinho, e esta é uma opinião muito pessoal, não me parece que Benítez tenha actualmente categoria para jogar no Porto. A não ser que evolua muito nos próximos tempos.

Após Lisandro não ter conseguido enfiar o chapéu na baliza de Volkan, o Porto entrou numa fase de hibernação, recuando em demasia e entregando a posse de bola aos turcos. Naturalmente que se percebia que o Porto não iria conseguir manter o ritmo com que iniciou a partida durante os 90 minutos. Mas também não se percebe como é que pôde adormecer tanto. O Fenerbahçe foi aproveitando a apatia do Porto para chegar com perigo à baliza de Helton. Em alguns lances de bola parada, a equipa turca parecia que não iria sair do Dragão sem antes fazer o empate. Felizmente que não o conseguiu. Jesualdo Ferreira procurou com as substituições que fez aproveitar o balanceamento ofensivo do Fenerbahçe para surpreender no contra-ataque. Aos 90 minutos, essa estratégia deu resultado, segundos depois de Lino ter entrado em campo. Isolado frente a Volkan, o jogador brasileiro do Porto não desperdiçou a oportunidade e fez golo. Sossegaram assim os corações portistas.

Foi importante começar a vencer na Champions League, sendo que o resultado foi claramente melhor do que a exibição. O Porto aproveitou o empate entre Dínamo de Kiev e Arsenal para se colocar no primeiro posto do Grupo G. O Professor Jesualdo Ferreira considerou que a equipa está em fase de crescimento. Concordo com o Professor, ainda há muito para evoluir, está-se apenas no início da época. O aspecto positivo é que talvez tendo noutros anos o Porto uma equipa mais madura, mais experiente, não conseguiu entrar a vencer, ao contrário de agora. Desta vez, mesmo com a estreia na prova de alguns, o Porto teve a fortuna de vencer. Espera-se que este seja um bom tónico para o futuro.

Champions League Grupo G: FC Porto 3-1 Fenerbahçe

Estádio do Dragão, Porto

38 709 espectadores










FC Porto: Helton; Sapunaru, Bruno Alves, Rolando e Benítez; Fernando, Raul Meireles (Tomás Costa, 66’) e Lucho «cap.»; Mariano (Hulk, 60’), Lisandro e Rodríguez (Lino, 90’).

Treinador: Jesualdo Ferreira

Fenerbahçe: Demirel; Gonul, Lugano, Çakmak e Roberto Carlos; Emre, Maldonado, Sahin (Josico, 45’, (Yilmaz, 53’)) e Boral (Kazim Kazim, 76’); Alex «cap.» e Guiza.

Treinador: Luís Aragonés

Marcadores: 1-0, Lisandro (11m); 2-0, Lucho (13m); 2-1, Guiza (29m); 3-1, Lino (90m)

Disciplina: Cartão amarelo para Sapunaru (54 min), Lugano (71 min) e Guiza (74 min).

Melhor em campo: Lucho González

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Despojos do Clássico

O Sport Lisboa e Benfica portou-se muito mal no último Clássico com o FC Porto. Os encarnados deram um mau exemplo de desportivismo a vários níveis. Quando se esperava uma punição exemplar sobre todas as ocorrências graves verificadas na Luz, a Comissão Disciplinar da Liga, na minha óptica, apenas actuou em conformidade numa situação. É pena ver Hermínio Loureiro e Platini apregoarem que serão implacáveis com comportamentos feios e com qualquer manifestação de violência e depois na realidade os castigos não são adequados à gravidade da situação. Fica a dúvida (ou não) de que se fosse o FC Porto o protagonista de todos estes comportamentos lamentáveis teria a mesma punição aplicada ao SL Benfica. Curioso era também saber o que aconteceria ao SLB caso ocorressem estes factos num jogo da UEFA. Em Itália, o Nápoles, adversário do SLB na Taça UEFA, também tem algo para contar sobre mau comportamento. Atenções redobradas, então, Platini.
Luisão agrediu cobardemente Sapunaru. Acto tão reprovável foi punido pela Comissão Disciplinar da Liga com dois jogos de castigo mais uma multa. Parece-me que do mal o menos, Luisão teve um merecido castigo.


O dispositivo de segurança disponibilizado para as incidências do Benfica-Porto era proporcional com a importância e rivalidade dos clubes. Todavia, no balanço final, a segurança, envolvendo PSP e stewards, falhou em vários aspectos. Mais uma vez, as revistas aos adeptos não foram bem feitas. Tochas e petardos entraram e foram arremessados com a maior das naturalidades. Incontornável é a invasão de campo protagonizada pelo "diabo" de Gaia. O "diabo" andou mesmo à solta na Luz. Condenável a acção desse indivíduo que pura e simplesmente devia ser proibido de entrar num estádio e, caso fosse adepto do meu clube, o exigível nessas circunstâncias era que fosse destituído de sócio. Gritante foi observar a tranquilidade com que um adepto abre a porta da bancada, entra para o relvado, aperta o pescoço do auxiliar e ainda por cima, pasme-se, vem a passo de volta para a bancada, fecha a porta da bancada e retorna ao seu lugar. Incrível! Extraordinário como tantos stewards não se aperceberam da situação e não travaram a marcha do "diabo". Nas imagens televisivas, vê-se isso sim um steward que se dirige ao "diabo" a passo, denunciado medo (ou seria conivência?)... Não era para menos, havia mesmo um "diabo" à solta! Quanto à pena aplicada, o pagamento de uma multa, é irrisória. Surpreende-me a leveza do castigo. É uma bela forma de se protegerem os árbitros, não há dúvida! Toda a classe estará muito descansada agora sabendo que se algum elemento for agredido cobardemente pelas costas o agressor só será penalizado com uma multa. Grande convite da Comissão Disciplinar para que todos os "diabos" do país entrem em campo e tirem satisfações dos árbitros. Se fosse no Dragão... Pois. Era curioso saber também se fosse em jogo da UEFA. Diga alguma coisa, Platini! É sempre tão disponível para defender o SLB e até agora não se lhe ouviram comentários. Vá lá, não se acanhe.



Ficou-se a saber que Luís Filipe Vieira se deslocou à cabine dos árbitros no final da partida, mesmo estando impossibilitado de exercer as suas funções directivas por castigo da Liga. Parece que o facto se deveu à entrada do "diabo" em campo, achando o presidente do SLB apropriado efectuar um pedido de desculpa à equipa de arbitragem. Se o pedido de desculpa é de salutar, é grave a violação do castigo e que tenha descido à cabine dos árbitros. Naturalmente que se espera uma punição para Vieira. Ou o crime compensará? Naturalmente que se aguarda, até para esse pedido de desculpa aos árbitros não cair em saco roto, que Vieira reforce ou, pelo menos, que arranje stewards mais competentes no exercício das suas funções. Aguarda-se igualmente que Vieira esqueça o lado economicista dos kits e tome uma enérgica medida para punir o adepto em causa. Caso contrário, essa desculpa aos árbitros é somente fogo de vista. E não é que não estejamos habituados, não é, Filipe? Já agora que se fala em segurança, em competência, em escumalha e em Benfica-Porto, alguém me sabe dizer quem foi responsabilizado pelos incidentes verificados no Estádio da Luz há dois anos? Pois...

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

O adeus de Quaresma e o olá de Pelé

Mourinho queria, Moratti queria, Quaresma queria e os tifosi neroazzurri também queriam certamente: Quaresma é jogador do Inter de Milão. Parte um dos mais entusiasmantes futebolistas do FC Porto nos últimos anos. O futebol português perde um dos seus maiores artistas. O calcio agradecerá, com certeza, a ida de Quaresma. O campeonato italiano ganhará seguramente mais um grande protagonista. Obrigado por tudo, Ricardo!

Pelé fez o percurso inverso ao de Quaresma. Preterido por José Mourinho, Pelé tem, no Estádio do Dragão, a oportunidade de desenvolver todo o seu potencial. Tido como um dos mais promissores da sua geração, Pelé é um centrocampista que alia a força e a técnica, possuindo já uma elevada maturidade táctica. Pelé poderá tornar-se num reforço importante para a equipa de Jesualdo Ferreira. Pois então bem-vindo sejas, Pelé!