sexta-feira, 30 de novembro de 2007

Super Dragões: Since 1986




























"Era um sonho, uma realidade distante, uma missão… Era o início de um projecto, de uma ideia, de um futuro! As ideias eram claras. Apoiar o Futebol Clube do Porto, o nosso clube do coração. Fazer do futebol uma festa e nela participar dando todo o nosso apoio e todo o nosso amor. "

Foi com estes pressupostos que, a 30 de Novembro de 1986, nasceram os Super Dragões. Vinte e um anos se passaram e os Super prosseguem firmes no cumprimento da sua missão, materializando o seu sonho. Orgulhosamente auto-denominados «Guardiões da Invicta», os Super Dragões representam, defendem e apoiam o FC Porto e a Cidade em qualquer lugar do Mundo, seja contra quem fôr. Contemporaneamente, os Super são a mais mediática claque em Portugal e um dos grupos lusos mais reconhecidos internacionalmente. Polémicos quanto baste, edificaram um império comercial com os seus produtos, sendo, por isso, olhados de soslaio por alguns. A proliferação da marca Super Dragões cativou muitos adeptos do clube que adoptaram o vestuário da claque como traje quotidiano, independentemente de pertencerem ou não ao grupo. A implementação dos SD como uma parte activa da vida do clube despoletou a evolução da claque em termos numéricos e possibilitou, por exemplo, a realização de grandiosas coreografias, passando ainda a existir viabilidade na organização de enormes caravanas a vários pontos do país. Relativamente à disponibilidade para acompanhar o Porto na condição de visitante, os SD não têm rival à altura em Portugal. O Porto nunca se sentirá sozinho, garantidamente. Conotados com a máxima radicalidade, os Super não se fazem rogados em extremar os ânimos contra os rivais. A curva sul do Dragão é a ignição que faz eclodir o vulcão de apoio. Ao longo de todos estes anos, os Super Dragões deram vida a todas as curvas por onde passaram. Muitas coreografias foram apresentadas, muitos cânticos foram proferidos com a característica fragância da pronúncia do Norte, muitas palmas, muitas bandeiras, estandartes e cachecóis, as intensas fumaradas, as tochas.... Tantas histórias que o saudoso Tribunal testemunhou porque foi aí que durante muito tempo todos os Super Dragões davam «do fundo do coração o nosso grito por ti Porto Campeão». Provocando a admiração e o respeito, por um lado, a inveja e o ódio, por outro, os Super Dragões seguem hoje o seu caminho sem temerem quem os afronta. Os índios defenderão para sempre o seu Clube e a sua Cidade . Porque como dizem: «Só os mais fortes sobrevivem... Nós somos eternos!» Parabéns Super Dragões!

quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Nunca desistiremos de ti, Porto!

A nação portista está naturalmente em estado de choque. O Porto saiu vergado de Liverpool por uma contundente derrota. O score de 4-1 constitui o segundo pior de sempre nas deslocações a Inglaterra. Exasperante, foi ver o Porto sofrer três (!!!) golos nos últimos doze minutos de jogo! O Liverpool teve mérito na concretização dos golos, obviamente. A vitória é justa, mas a robustez do resultado parece-me exagerada.

O histórico de confrontos do Porto com as equipas inglesas não é muito famoso. O melhor que o Porto conseguiu foi empatar em Old Trafford no ano em que se sagrou Campeão da Europa pela segunda vez na sua História. Na Invicta o Porto nunca perdeu com equipas inglesas. Mas fora a conversa infelizmente é outra. Eram esperadas dificuldades, até porque o Liverpool tinha obrigatoriamente de vencer para continuar a sonhar com a passagem à próxima fase da Champions League. No desenrolar do jogo vislumbrou-se que o equilíbrio foi a nota dominante. Se a partida tivesse acabado ao minuto 77, colocaria-se «equilíbrio» seguido de ponto final e parágrafo e assim se caracterizaria este jogo. Porém, a partir do minuto 78 do jogo de ontem assisti a alguns dos minutos mais infernais da minha vida de adepto.
A primeira parte foi boa. O Liverpool adiantou-se no marcador por intermédio de Fernando Torres, numa das pechas do FC Porto: os lances de bola parada. O Porto não se deu por vencido e procurou jogar sem complexos em busca do empate. Kaz efectuou um belo cruzamento a que Lisandro correspondeu com um espectacular cabeceamento por entre os centrais do Liverpool. Um belíssimo movimento de Lisandro. Três minutos depois, Lisandro poderia ter estabelecido a reviravolta no marcador, mas a bola passou a centímetros do poste de Reina. O Porto provava que não se deixara abater pelo golo do Liverpool e quase saía para o intervalo em vantagem. Na segunda parte o equilíbrio manteve-se até ao tal minuto 77. Fernando Torres avançou até à baliza de Helton, passou pelo azarado Stepanov e desfeiteou Helton. Stepanov, que deve seriamente ir a uma bruxa, cometeu ainda uma grande penalidade sobre Hyypia. O lance é confuso e suscita dúvidas, parecendo que é o central do Porto que sofre falta. No entanto, Gerrard não enjeitou a oportunidade de fazer o 3-1. Na sequência de um canto, Crouch marcou o último golo da partida. É difícil entender como foi possível sofrer três golos em doze minutos.

Nas contas do grupo A este resultado não provocou mossa. O Porto continua em primeiro com todas as possibilidades de seguir em frente na prova. Receberá em casa o Besiktas e é claramente favorito à vitória. No plano interno, o Porto pouco tempo terá para pensar nesta derrota, uma vez que terá de preparar o Clássico de Sábado com o Benfica. O que pode ser bom, porque depois de uma contrariedade quer-se sempre que o jogo seguinte chegue rápido para de certa forma se rectificar o jogo menos conseguido. De facto, perder por 4-1 custa muito. Não é normal para o Porto. Creio mesmo que só uma vitória na Luz poderá atenuar esta derrota. Baixar os braços, nunca! Desistir à primeira adversidade, jamais! Por isso, compensem-nos lá com uma vitória na Luz, se fazem favor.

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Champions League Grupo A: Liverpool 4-1 FC Porto

Estádio Anfield Road, Liverpool










Liverpool: Reina; Finnan, Carragher, Hyypia e Arbeloa; Mascherano, Benayoun (Crouch, 71’), Gerrard e Babel (Kuyt, 84’); Fernando Torres e Voronin (Kewell, 63’).

Treinador: Rafael Benitez

FC Porto: Helton; Bosingwa, Stepanov, Bruno Alves e Cech; Paulo Assunção (Postiga, 80’), Lucho González e Kazmierczak (Raul Meireles, 65’); Quaresma, Lisandro Lopez e Mariano Gonzalez (Tarik, 77’).

Treinador: Jesualdo Ferreira

Marcadores: 1-0, Fernando Torres (19m); 1-1, Lisandro (32m); 2-1, Fernando Torres (77m); 3-1, Gerrard (83m) g.p.; 4-1, Crouch (87m)

Disciplina: Cartão amarelo a Hyypia (37m), Paulo Assunção (48m), Stepanov (81m) e Quaresma (90m).

Melhor em campo: Fernando Torres

terça-feira, 27 de novembro de 2007

Invictos somos nós!

Com tranquilidade, o Porto venceu o Vitória de Setúbal por dois golos sem resposta. Os atletas do FC Porto foram competentes e honestos com o seu trabalho e o resultado está à vista. O Porto prossegue no primeiro posto da Liga, com quatro pontos de vantagem sobre o SL Benfica.

O Vitória de Setúbal é uma das boas surpresas da Liga 2007/08. Os sadinos chegaram ao Dragão sem qualquer derrota sofrida. Anteviam-se, portanto, dificuldades para o Porto neste embate contra a equipa de Carlos Carvalhal. Porém, as coisas não foram tão complicadas assim. Lisandro facturou logo aos 6 minutos e isso teve o condão de tranquilizar a equipa. Por seu turno, o Vitória não teve um ataque muito inspirado, já que foram raríssimas as vezes em que incomodou Helton.

Na primeira parte, o Porto poderia ter desde logo construído um resultado dilatado. Os ataques sucederam-se e Eduardo foi obrigado a lançar-se muitas vezes ao relvado. Todavia, Lisandro, Quaresma e Bosingwa não conseguiram colocar a bola dentro da baliza do Setúbal. Registe-se que oportunidades não faltaram e ficou a nítida sensação de que 1-0 ao intervalo era um resultado castigador para o Porto.

Muitos ainda se lembravam certamente que uma vantagem de dois golos não fora suficiente para trazer a vitória da Amadora. É um facto. Todas as cautelas deveriam então ser tomadas para evitar constrangimentos do género. O Porto continuava a dominar o jogo e os avançados do Vitória eram pouco mais do que inofensivos. Com um jogo tão calmo para dirigir, o árbitro quis chamar a si o protagonismo. Terá pensado: “Já agora, por que não?”. Assim, distribuiu amarelos a torto e a direito e esqueceu-se de marcar um penalty sobre Lisandro. “Por que não te calas?”, talvez seja o que tenha dito a Lisandro quando este se queixou de ter sido impedido de jogar o esférico, numa versão portuguesa de verdades futebolísticas que incomodam certa gente. Todos nós portistas ficamos sentados à espera das suas desculpas, não é, senhor árbitro?

A superioridade portista foi de tal ordem que galgou injustiças e prosseguiu firme no seu objectivo. A plateia do Dragão exigia mais um golo. E quem melhor para marcar? Quaresma, pois claro. Todos andam um pouco “chateados” com o cigano do Porto porque não tem exibido de uma forma constante a magia com que nos acostumou. Contra o Setúbal, Quaresma estava a ser um dos jogadores mais esforçados. O prémio merecido a essa dedicação surgiu já perto do final. O 7 portista disparou fora da área e não deu hipóteses de defesa a Eduardo. Um golo de belo efeito, que fixou o resultado final, colocou a vantagem portista em quatro pontos na tabela classificativa e que pode dar o empurrãozinho que falta para que o Harry Potter abra definitivamente o livro de magia.

Esta semana será exigente para todos os atletas do Porto. Quarta-Feira o Porto desloca-se a Liverpool e Sábado jogar-se-à o Clássico Benfica-Porto na Luz. Só o melhor Porto conseguirá dar música na terra dos Beatles e só o mais forte Porto aumentará a inveja vermelha. Que a música os inspire e que a Luz lhes indique o caminho do Tri. FC Porto, “a vencer desde 1893”!

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

11ª Jornada da Liga: FC Porto 2-0 Setúbal

Estádio do Dragão, Porto

37 309 espectadores










FC Porto: Helton; Bosingwa, Pedro Emanuel, Bruno Alves e Cech; Assunção (Kaz, 86'), Raul Meireles (Farías, 86') e Lucho; Tarik (Mariano, 63'), Lisandro e Quaresma.

Treinador: Jesualdo Ferreira

Setúbal: Eduardo; Janício, Robson, Auri e Adalto; Elias (Filipe Gonçalves, 80'), Sandro e Ricardo Chaves; Matheus (Bruno Gama, 63'), Cláudio Pitbull e Paulinho (Edinho, 46').

Treinador: Carlos Carvalhal

Marcadores: 1-0, Lisandro (6m); 2-0, Quaresma (86m)

Disciplina: cartão amarelo a Cláudio Pitbull (2m), Bosingwa (11m), Paulo Assunção (36m), Janício (57m), Adalto (70m), Pedro Emanuel (79m) e Raul Meireles (85m).

Melhor em campo: Quaresma

sexta-feira, 16 de novembro de 2007

Estádio do Dragão: 4 anos de brilho!

O Estádio do Dragão comemora hoje o seu quarto aniversário. O palco das emoções, orgulho de todos os portistas, está assim de parabéns. Reabilitando uma parte da Cidade, concretamente a Oriental, o estádio do Futebol Clube do Porto fixou-se como um incontornável pólo de atracção da maravilhosa Invicta. O Arquitecto Manuel Salgado foi o responsável pela concepção desta obra-prima. Já se disse que o Estádio do Dragão é mágico, deslumbrante, fantástico, sublime, elegante, inebriante, moderno, exemplar, belíssimo, e por aí adiante. Corroborando todos estes abundantes elogios, numa palavra diria-o: único! Precisamente hoje, o Estádio do Dragão foi o primeiro estádio de cinco estrelas do Mundo a ser distinguido com os certificados de Qualidade e Ambiente.

As vinte e quatro horas de 16 de Novembro de 2003 foram inolvidáveis. Certamente que vários pensamentos bons ainda hoje se apoderam daqueles que tiveram o privilégio de assistir a tão majestosa cerimónia. Luís de Matos empreendeu um carácter encantatório à festa, Pedro Burmester também fez magia com as suas mãos no piano e Isabel Silvestre, do fundo do seu coração, cantou até nos provocar arrepios na espinha. Mas porque se tratava da festa do futebol, os artistas foram convidados a estrear o relvado.

Com as bancadas plenas de vida, Porto e Barcelona iriam ser as primeiras flores a nascer naquele relvado que se queria fértil de jogos e emoções. Porto e Barcelona seduziram a plateia e prometeram que aquele amor à primeira vista teria naturalmente uma continuação. Um amor para a vida, portanto. Para a história fica o resultado e os nomes egrégios. O Porto venceu por 2-0, Derlei foi o primeiro a acertar com a baliza e Hugo Almeida encerrou o resultado do primeiro jogo no Estádio do Dragão. Classificar aquela noite de perfeita, é perfeitamente normal.

Tendo apenas quatro anos de vida, o Dragão já viveu muitos momentos gloriosos. O estádio do FC Porto tornou-se no verdadeiro amuleto da sorte dos Bicampeões Nacionais. A conquista da Champions League 2003/04 esboçou-se precisamente ali, no jogo com o Manchester United. O Porto venceu por 2-1 e envolto num ambiente absolutamente fantástico provou a sensação de fortaleza, sob os auspícios do Estádio do Dragão. A equipa azul e branca teve a bela fortuna de poder celebrar na sua casa o 20º, 21º e 22º títulos de Campeão Português. A Taça Intercontinental ficou ainda mais resplandecente quando o Porto a trouxe de Tóquio e a colocou no Estádio do Dragão. Porto Campeão do Mundo a condizer com beleza universal do Estádio do Dragão.

Em quatro anos são muitas as vivências, os sentimentos e os títulos. Tão bom quanto recordar todas essas alegrias que o Estádio do Dragão nos proporcionou é ter a nítida sensação que o nosso estádio albergará ainda muitas mais manhãs, tardes, noites e madrugadas de festejos. Reservem desde já o vosso lugar na história do FC Porto e do Estádio do Dragão. Visitem-no o mais que puderem. Dêem-lhe vida. Sejamos o coração do Estádio e bombeemos, em conjunto, a energia que os nossos atletas precisam para honrarem o emblema que trazem ao peito e para envaidecerem esta Cidade que ternamente os acolhe.

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

85 minutos à Campeão

A Amadora assistiu ontem a um acontecimento sui generis. O Estrela é por norma um adversário complicado quando o visitante é o Porto. Ontem até estava tudo a correr mal ao Estrela. Mas cinco minutos de tradição aniquilaram o Porto. A Reboleira nunca será um passeio para os rapazes da Invicta, não é admitida displicência!

Em cinco singelos minutos, por sinal os finais, o Porto sofreu dois golos! Até esse fatídico momento, os Bicampeões Nacionais tinham realizado uma exibição segura e dominavam o jogo. Inexplicavelmente, tudo mudou e o Estrela da Amadora ganhou um brilho nunca antes visto no jogo. O empate acabou por acontecer, desolando todos os portistas. Foi muito amargo desperdiçar assim dois pontos.

O Porto fez dois golos como resultado da sua superioriadade, que sem dúvida foi uma constante ao longo do jogo. Lisandro poderia ter ampliado o placar quando numa boa jogada individual atirou a bola ao poste da baliza de Nélson. Contudo, era pouco crível que o Estrela ainda pudesse marcar. Humildemente, os jogadores do Estrela foram subindo no terreno e primeiro foi Maurício a assustar Helton. Na cobrança de um livre, o central brasileiro enviou um potente remate à baliza do Porto. Este era o aviso que deveria ter sido levado em conta pelos jogadores do Porto.

O Estrela foi batalhando e chegou ao primeiro golo através de uma fífia de Helton. O Internacional canarinho saiu dos postes e não conseguiu chegar primeiro à bola do que Maurício, que cabeceou o esférico para a baliza deserta. Pensando-se que este seria apenas o golo de honra do Estrela, o Porto continuou relaxado. Tão descontraído que Stepanov nem se apercebeu que estava a agarrar um adversário dentro da sua grande-área! Duas desconcentrações que valeram caro ao Porto.

Na cobrança do penalty, Mateus bateu Helton, que ainda adivinhou o lado para onde ia a bola. O Porto caía na dura realidade. Dois pontos que ficaram no Sul. Por culpa própria, o que torna a situação ainda mais lamentável. Não se pede a crucificação de Helton e Stepanov mas, da mesma forma que se destaca alguém pela positiva, é normal enunciar aqueles que estiveram menos bem. Ambos são detentores de enorme qualidade. Quando se exige algo parte-se do pressuposto que os destinatários dessa exigência podem dar mais e melhor. E já vimos Helton e Stepanov com melhores desempenhos.

O Porto entra nesta pausa da Liga em primeiro lugar, com oito vitórias e dois empates. Tem quatro pontos de vantagem sobre o segundo classificado e mantém intacta a aspiração de prosseguir confiante com os seus objectivos. Exige-se uma plena concentração durante os jogos, uma grande dose de responsabilidade e muita humildade. Uma simples mudança de atitude que pode fazer toda a diferença. Ninguém é Campeão por acaso. Trabalhem dignamente e serão recompensados com a glória que coroa os Campeões e receberão o louvor da multidão que vos segue. O grande adversário do Porto na luta pelo título é o... próprio Porto. Há que afirmar, em todos os jogos, em todos os momentos, a firme vontade de querer ser Campeão. Força rapazes, brindem-nos, em todos os jogos, com 90 minutos à Porto!

10ª Jornada da Liga: Estrela 2-2 FC Porto

Estádio José Gomes, Amadora











Estrela: Nelson; Rui Duarte, Wagnão, Maurício e Hélder Cabral; Marcelo Goianira (Mateus, 46’), Marco Paulo e Tiago Gomes; Yoni (Jeremiah, 46’), Anselmo e Moreno (Ndiaye, 72’).

Treinador: Daúto Faquirá

FC Porto: Helton; Bosingwa, Stepanov, Bruno Alves e Fucile; Paulo Assunção, Raul Meireles (Kaz, 87’) e Lucho González (Bolatti, 69’); Tarik Sektioui (Adriano, 76’), Lisandro e Quaresma.

Treinador: Jesualdo Ferreira

Marcadores: 0-1, Lisandro (24m); 0-2, Raul Meireles, (50m); 1-2, Maurício (86m); 2-2, Mateus (90m) g.p.

Disciplina: cartão amarelo a Marcelo Goianira (29m), Wagnão (53m)

Melhor em campo: Lisandro

quarta-feira, 7 de novembro de 2007

Passo a palavra (5)

«Estou muito feliz pelo golo e mais feliz ainda pelos três pontos conquistados. Estes adeptos são muito bons, gostam de jogadores que dão tudo pelo FC Porto.»

Tarik in O JOGO

O génio da lâmpada

O Porto venceu o Marselha, repondo assim a justiça que faltara no Vélodrome. A vitória foi bastante suada, fruto da boa organização marselhesa, que ocupou bem o meio-campo e fechou os corredores laterais. Com as entradas de Postiga e Bolatti, o Porto passou a dominar o adversário, carburando melhor o seu futebol. E o Porto já é líder do Grupo A da Champions League.

Esta partida ficou indelevelmente marcada pelo golo de Tarik. Todos os adjectivos para classificar este golo serão escassos. O marroquino pegou na bola a meio-campo, ultrapassou três adversários, arrancou a toda a velocidade para a baliza, passou pelo meio dos dois últimos defensores do Marselha, contornou o guarda-redes e enviou a bola para o fundo da baliza do Olympique. Alá é grande!

Embalado e iluminado por esta maravilhosa bênção, o Porto pressionou o Marselha, na expectativa de ser novamente prendado. Esteve iminente esse acontecimento. Pena que o árbitro tivesse ignorado uma falta de Taiwoo sobre Quaresma dentro da grande-área. Caso tivesse assinalado o penalty o Porto poderia ter chegado ao intervalo com dois golos de vantagem.

Foi pena o FCP entrar na segunda parte só com um golo de vantagem. Causou ainda maior mágoa porque o Marselha empatou quando estavam decorridos apenas dois minutos após o regresso dos balneários. Pior só mesmo ter de ver Niang festejar o seu golo, pois merecia ter sido expulso no Vélodrome, estando assim excluído deste jogo. O que é certo é que Niang fez dois golos em dois jogos contra o Porto.

Os jogadores lutavam mas faltava qualquer coisa para se chegar ao golo. Lisandro teve a energia do costume, mas não tinha fabricado nenhuma oportunidade. Quaresma não consegue (ainda) tirar da cartola aqueles números mágicos mas o seu lugar no onze é inquestionável, pois nunca se sabe quando vai começar o espectáculo. Cech era uma unidade em claro défice de forma. Raul Meireles desdobrava-se a defender e a atacar, sem conseguir uma produção assinalável, pois era o meio-campo do Marselha que dominava o jogo. Assim sendo, as entradas de Postiga e Bolatti foram fundamentais para o Porto ganhar o domínio do jogo. Foi já com o Porto na mó de cima que Lisandro cabeceou com estrondo à trave, após cruzamento de Quaresma. A justiça tardava, mas sentia-se que o Porto estava protegido pelos céus. Bastava ter paciência.

Sete morosos minutos separaram a jogada de ensaio da jogada que daria a vitória ao Porto. Quaresma na direita solicitou Lisandro. O argentino elevou-se, cabeceou a bola e fê-la beijar as redes de Mandanda. Caprichosamente, a bola ainda bateu na trave antes de entrar. Dois potentes remates de Postiga e Fucile ainda fizeram salivar os portistas, que estavam sôfregos por adoçar ainda mais a boca com golos de gabarito. Ficaram assinaladas as iniciativas. O primeiro lugar estava alcançado.

Tarik Sektioui foi unanimemente considerado o homem do jogo. Aqueles segundos ficaram na retina e a memória, mesmo com a sua criteriosa selectividade, não irá apagá-los nunca. Tarik, aquando da sua substituição, foi aplaudido de pé por todo o estádio. Desde o início da época que Tarik vem caindo nas boas graças dos portistas, pela forma abnegada e resoluta que adopta quando veste a camisola do FC Porto. Esse período foi sendo uma espécie de embalo para se atingir um corolário. Ontem, o génio soltou-se definitivamente. A partir deste golo tudo é passível de ser realizado. O génio saiu da sua lâmpada, aproveito para lhe pedir os três desejos da praxe. Anota aí, Tarik: Tricampeonato, Taça de Portugal e (Quartos-de-)Final da UEFA Champions League.

Champions League Grupo A: FC Porto 2-1 Marselha

Estádio do Dragão, Porto

42 217 espectadores










FC Porto: Helton, Bosingwa, Stepanov, Bruno Alves e Fucile; Raul Meireles (Bolatti, 68’), Paulo Assunção e Cech (Postiga, 59’); Tarik (Mariano, 87’), Lisandro e Quaresma.

Treinador: Jesualdo Ferreira

Marselha: Mandanda; Bonnart, Rodriguez, Givet e Taiwoo; Cana e M’Bami (Cheyrou, 84’); Valbuena, Nasri e Ayew (Arrache, 77’); Niang (Cissé, 63’).

Treinador: Erik Gerets

Marcadores: 1-0, Tarik (27m); 1-1, Niang (47m); 2-1, Lisandro (78m)

Disciplina: cartão amarelo a Helton (90m) e Fucile (90m)

Melhor em campo: Tarik

sábado, 3 de novembro de 2007

Talvez um dia entendam o teu mistério

Inevitavelmente, o Porto cedeu os primeiros pontos na Liga. Algum dia teria de experimentar outro resultado que não a vitória. Todavia, teria sido esplêndido igualar o recorde de vitórias consecutivas do clube, cifrado em treze triunfos. O Porto neste arranque de Liga somou oito vitórias em oito jogos. Uma marca fantástica, tanto mais que constituiu o melhor arranque dos últimos 50 anos! O Porto continua a ser a candeia que vai à frente, para desgosto de muitos que temem pela ofuscação (leia-se desinteresse) total da Liga portuguesa. Pobrezinhos deles....

O Belenenses provou no Dragão que a campanha que efectuou na época transacta não foi fruto do acaso. Com uma defesa eficiente e com um valoroso meio-campo, a equipa de Belém apresentou-se bem organizada, neutralizou alguns pontos fortes do Porto e efectuou uma notável troca de bola, criando alguns embaraços à defesa do Porto. Os Bicampeões Nacionais não estiveram particularmente inspirados, principalmente na primeira parte. A lesão de Lucho González logo nos minutos iniciais dificultou a normal laboração de toda a estrutura do FCP. O argentino é uma unidade nuclear e a substituição forçada deixou a equipa órfã do seu líder.

Sem praticar um futebol deslumbrante, o Porto criava oportunidades de golo junto da baliza de Costinha. O golo apareceu como resultado da maior insistência atacante do Porto. Ludibriando os defesas do Belenenses e a equipa de arbitragem, Postiga apareceu cara-a-cara com Costinha e marcou o primeiro golo do jogo. O trio de arbitragem não teve uma noite feliz, sendo a pior das equipas em campo.
Depois de ter feito o mais difícil, o Porto tentou a obtenção de mais um golo que lhe conferisse uma maior estabilidade na partida. Todavia, foi o Belenenses que aproveitou uma falha defensiva do Porto para igualar. José Pedro fugiu a Cech e já em desequilíbrio colocou a bola fora do alcance de Helton. O Porto tentou de todas as formas e feitios alcançar a vitória mas não a conseguiu. Mérito para o Belenenses. O empate acabou por premiar a bravura com que os lisboetas defenderam. A atitude dos atletas do Porto foi inexcedível. Não faltou luta, não faltou vontade, não faltaram oportunidades. De cada vez que o Porto descia para a baliza de Costinha parecia que ia marcar. Porém, a sorte ontem já tinha escolhido o azul de Belém como o preferido. Aconteceu um empate que em nada belisca a valia do Porto e a competência da sua equipa técnica.

Pressentia-se que havia gente ávida por um deslize, nem que fosse mínimo, para imediatamente atacar Jesualdo Ferreira. Como será que vivem quando ele ganha, que é o que acontece na maior parte das vezes? Serve isto para dizer que a série consecutiva de oito vitórias não caiu do céu por obra e graça do Espírito Santo. Este belo registo foi o culminar do trabalho e da qualidade dos atletas e da equipa técnica. Não serão uns quaisquer ingratos que branquearão esta brilhante saga inicial do Dragão. Felizmente, há gente que continua a sentir o clube para lá das caras, das performances e dos resultados. Há gente que entende que jamais um empate servirá como móbil para desamparar o clube. Porto, há e haverá sempre um núcleo de irredutíveis que estarão em todos os momentos contigo. Eu e tu seremos inseparáveis, até «o meu corpo matar a fome às rosas!».