Com um trabalho que deve ser enaltecido a Dr.ª Filomena Pinto da Costa teve a gentileza de responder a algumas perguntas para o Guardião da Invicta. Feliz e orgulhosa do desempenho até aqui desenvolvido, a directora do Conselho Cultural do F.C.Porto demonstra que o amor ao clube não se mede só pelas palavras, mas também pelo profissionalismo apresentado diariamente.
1 - Que balanço faz do seu trabalho como Directora do Conselho Cultural do F.C.Porto?
Tratando-se de um trabalho recente (7 meses), penso que é bastante positivo, pois consegui alcançar o meu objectivo principal de abraçar os portistas espalhados pelo mundo, criando uma publicação mensal “Mundo Azul”, que vai já no seu 4º número e tem feito a felicidade do mundo azul e branco. Mas sem dúvida que o maior balanço positivo foi o de colocar o Conselho Cultural bem vivo na boca de toda a gente.
Tratando-se de um trabalho recente (7 meses), penso que é bastante positivo, pois consegui alcançar o meu objectivo principal de abraçar os portistas espalhados pelo mundo, criando uma publicação mensal “Mundo Azul”, que vai já no seu 4º número e tem feito a felicidade do mundo azul e branco. Mas sem dúvida que o maior balanço positivo foi o de colocar o Conselho Cultural bem vivo na boca de toda a gente.
2 - A cultura de uma sociedade é o espelho que reflecte o que de mais valioso se possui. Que princípios norteiam o Conselho Cultural do F.C.Porto?
São sem dúvida os princípios culturais estabelecidos pela sua Casa Mãe e os que se revêem nas Delegações espalhadas pelo mundo inteiro, ou seja, a fidelização do sócio ao seu Clube, o seu acompanhamento e comunicar e espalhar a palavra de uma paixão clubística estejam onde estiverem. O orgulho de ser portista, de ser do Norte e de pertencer a um Clube vencedor que eleva o nome do País. Para além disso, o Conselho Cultural expande os interesses do F.C.Porto, demonstrando que este Clube não é só futebol, existe um enorme leque de actividades culturais que casam muito bem com o desporto e aliando-se também com a vertente solidária, pois é também esse um objectivo deste Conselho, ajudar e dar a conhecer artistas e o seu trabalho e ajudar outras instituições.
3 - É importante que a cidade invicta tenha um canal (PortoCanal) que se oriente pelos mais valiosos princípios da sociedade portuense?
Pessoalmente acho que seria pelo menos interessante, uma vez que toda esta região do Norte tem potencial para ter um canal próprio que dê voz ao seu povo, às suas gentes à sua cultura, que bem poderia ser o Porto Canal (que já existe), mas com certeza num outro formato, este tenta ser mais um canal nacional, mas de uma forma “pobre”, infelizmente para nós!
4 - Em que entidade ou pessoa o termo “Porto de Honra” atinge o seu expoente máximo?
O meu programa “Porto de Honra” era, de facto, de dar a conhecer a cidade do Porto, ou seja, cada entrevista decorria num determinado local ou instituição da cidade do Porto, dando-a a conhecer através do convidado(a). Alguns vieram de propósito de Lisboa para gravar comigo. O que para mim foi uma honra enorme e um prazer. Mas claro que a visita ao Estádio do Dragão mostrando a arte e a pintura de Maria Eugénia bem como o guarda-redes Hélton a tocar viola, foi muito emocionante e um orgulho!
5 - A cidade invicta foi fundamental para o crescimento e afirmação do F.C.Porto. Desde a alguns anos atrás tem, na sua opinião, acontecido exactamente o oposto?
O F.C.Porto tem no seu fundador uma pessoa culta. O que para nós não é novidade dado ter sido nesta época, séc. XIX, a Invicta Cidade do Porto ser rica em cultura. Recebíamos os mais importantes artistas na área da música e do Teatro. Tendo sido o bisavô do nosso Presidente, o mecenas Honório de Lima, o fundador do Orfeão Portuense e que trazia ao Teatro S.João grandes e maravilhosos nomes da música, ópera e teatro.
Há mais de duas décadas, pelo menos, com a presidência de Jorge Nuno Pinto da Costa, é a instituição Futebol Clube do Porto que eleva a cidade ao mundo. Tornando-se a maior instituição e mais importante na cidade e no País, não só pelas suas conquistas mas pela sua organização, disciplina e rigor. Servindo de exemplo a outras instituições e gentes de outros países que a visitam diariamente. É de facto uma referência na nossa cidade.
6 - A revista Mundo Azul surge como complemento à revista Dragões. Um dos grandes objectivos desta revista é tornar mais visível o mérito e trabalho das casas e delegações do F.C.Porto?
De facto, o objectivo essencial à criação da revista “Mundo Azul”, foi preencher uma lacuna existente na troca de comunicação entre os inúmeros sócios e adeptos do F.C.Porto espalhados pelo mundo, dando a conhecer as iniciativas do Conselho Cultural e das Filiais e Delegações, na sua vertente cultural e social. O que tem sido recebida de forma bastante aceitável por todos os quadrantes da sociedade e tem recebido inúmeras congratulações. O que vem demonstrar a importância do Conselho Cultural no meio desportivo.
7 - As casas e delegações portistas são, cada vez mais, um indispensável vértice do F.C.Porto. Que actividades o clube desenvolve e/ou pretende desenvolver para atribuir a importância devida a essas delegações?
De facto as Casas do F.C.Porto são muito importantes para a divulgação e fidelização dos adeptos deste grandioso Clube. As Filiais e Delegações, que no passado se encontravam unidas com o Conselho Cultural mas, dado a sua dimensão, houve a necessidade de as separar. Actualmente, e com a dinamização que tenho vindo a imprimir ao Conselho Cultural, é da maior importância esta união. Podermos trabalhar em conjunto as iniciativas, tanto que o Clube pretende organizar com as delegações, como as que as delegações organizem elas próprias nas suas sedes. Daí estarmos sempre em sintonia para darmos a estas Casas uma vida própria e uma chama sempre acesa e ligada com a Casa Mãe.
Tanto o Conselho Cultural, como a revista “Mundo Azul”, estão sempre disponíveis para a ajuda de iniciativas, quer culturais, quer desportivas. Uma das nossas próximas iniciativas, será a de levar a nossa exposição de pintura colectiva de pintores durienses “Metamorfoses Durienses”, que já esteve em Vila Real e está agora patente no Museu do Douro, na Régua. Em breve e como iniciativa da Casa de Alfândega da Fé irá para a Casa das Artes do Mestre José Rodrigues, na Alfândega da Fé. Uma próxima iniciativa será a organização em conjunto do Congresso Nacional de Filiais e Delegações.
8 – Como define a cultura portista?
A cultura portista define-se como uma paixão e principalmente por um orgulho muito grande que ultrapassa o universo Clubístico e redimensiona-se de uma forma universal. Ou seja, é-se orgulhoso em ser portista em qualquer parte do mundo! E aí ser portista e ser português unem-se num só!
9 - A cidade portuense é rica em artistas de valor em várias actividades e artes, desde a música, cinema, teatro, pintura entre outros. É fundamental para o clube estar associado a estes artistas?
Claro que sim, pois é neste universo de culturas que temos noção da dimensão do Futebol Clube do Porto. Ou seja, o futebol não é só para grandes massas populares, também é uma paixão para grandes artistas e intelectuais. São imensos e em todas as áreas, veja por exemplo o nosso professor e historiador Hélder Pacheco, o Germano Silva, o pintor Nadir Afonso, o Rui Reininho, o poeta Albano Martins, e tantos outros que orgulhosamente levam a bandeira do F.C.Porto. Alguns destes que mencionei e que deram interessantes entrevistas para a revista do Conselho Cultural o "Mundo Azul".
10 - O F.C.Porto já se questionou internamente sobre a utilidade, ou a falta dela, de possuir um canal próprio de informação?
Se se refere a um canal de TV, não tenho conhecimento. No entanto, e na minha opinião acho que não existe lugar para um canal de TV próprio. Penso que poderia, isso sim, fazer mais sentido ter um lugar bem definido e próprio num canal generalista, como por exemplo a Porto Canal ou outro, mas que integrasse programas, transmissões de todos os jogos não só de futebol mas das outras modalidades; festas das Delegações, e tantos programas onde os protagonistas seriam os próprios do Clube.
11 - A blogosfera portista é cada vez maior e mais intransigente na defesa da causa portista. O clube acompanha frequentemente o trabalho dessa blogosfera?
Não tenho conhecimento directo que exista alguém dentro do Clube que o faça, até é provável que sim.
12 - Convive diariamente com o grande responsável por o F.C.Porto ser o melhor clube português e um dos melhores do Mundo. O que sente por estar tão perto e ligada ao homem que retirou a Lisboa a supremacia no futebol?
Esta é uma pergunta bem difícil de responder! Mas como deve saber eu conheço-o há 25 anos e, por inerência, sempre estive muito ligada aos assuntos do Clube. Entre nós existiu sempre muita cumplicidade e ajudei muito, a ele e ao Clube, neste caminho que dura já há 27 anos.
Como também é do conhecimento público, a nossa vida privada sofreu alguns acidentes, mas a minha lealdade para com o Clube foi sempre intocável, sendo que para mim os interesses do Clube serão sempre resguardados, apesar de algumas tentativas por parte de alguma imprensa de pôr isso em causa. E por isso mesmo, ultrapassando esses incidentes de percurso, posso afirmar sem preconceito que para mim é um orgulho ter conhecido e viver ao lado de um Homem que teve sempre a coragem e a audácia de enfrentar o poder central e de levar o nome do F.C.Porto e da cidade do Porto a ser reconhecidos mundialmente, e sinto que ainda hoje e depois de tantas lutas e batalhas travadas, ainda tem muito para dar a este nosso Clube e principalmente à cidade do Porto.
Fico feliz quando o acompanho nas festas das nossa Delegações, ver o carinho e a dedicação que lhe são atribuídas, tanto por parte de adultos como das crianças que cada vez são em maior número! Posso afirmar que, apesar de tantas pedras colocarem no nosso caminho, não vão conseguir desviar-nos do trilho que traçamos há tantos anos, dos objectivos que foram conquistados e das alegrias que ainda temos para dar a este universo de gente que fala a pronúncia do norte!
5 comentários:
Fantástica entrevista, Ninja!
Gostei muito de ler as palavras da Drª Filomena e de saber mais pormenores da sua intensa e apaixonada entrega à causa FC Porto. Acho que tem feito um trabalho louvável!
Cumprimentos!
Ou não se chamasse Filomena... ah ah ah
Veijios azuis e brancos e siga para o BI-PENTA.
Parabéns pela entrevista.
Um abraço
Excelente entervista!!!
Um abraço, http://varanda-do-dragao.blogs.sapo.pt/
É caso para dizer que a Dra Filomena é a pessoa indicada para ler a minha entrevista e "captar" aquela dica, não? ;)
abraços de monstro
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