domingo, 2 de março de 2008

O Sonho Começou no Bessa

O Estádio do Bessa engalanou-se de azul para este derby da Invicta. A atmosfera de um mini Dragão impulsionou desde cedo os atletas para um jogo de responsabilidade e de absoluta entrega. A entrada de rompante do Porto simbolizava a motivação e a ânsia de dedicar uma vitória aos fiéis seguidores do dragão. O Porto dominou, criou as melhores ocasiões de golo, mas não teve a sorte de concretizar nenhum. Contou a intenção e abnegação dos atletas. Está dado o mote para Quarta-Feira.

Jesualdo Ferreira procedeu a significativas alterações no onze. Entendeu, por um lado, que era necessário poupar algumas unidades fulcrais e, por outro, dar uma prova de confiança a alguns atletas menos utilizados. Jesualdo Ferreira ganhou a aposta, mesmo que não tenha vencido este jogo. Pode reclamar-se que ontem se perderam dois pontos e que com outros jogadores o Porto podia ter goleado no Bessa. Tudo bem, é legítima essa observação. Porém, o desafio da Champions League será, porventura, o jogo da época para o FC Porto. Ninguém poderá condenar Jesualdo por ter antecipado a preparação do jogo com o Schalke 04 quando a vantagem no campeonato é confortável.

No relvado, o Porto mostrou qualidade quanto baste para golear o Boavista de Jaime Pacheco. Ainda assim, o clube axadrezado revelou sinais esclarecedores de que o derby da Invicta é incontornavelmente o jogo do ano para os boavisteiros. Com muita entrega mas criando pouco perigo, o Boavista foi aguentando o ritmo que o Porto impôs desde o início da partida. Fucile, Kaz, Adriano e Farías, na primeira parte, tiveram excelentes oportunidades para estrear o marcador. O zero a zero ao intervalo é sintomático da sorte que protegeu não os audazes (leia-se, o Porto) mas os comedidos (Boavista, claro está).

Na segunda parte, Quaresma revolucionou o jogo, animando-o mais. Seguiu-se um festival de futebol e Peter Jehle seguramente temeu não ter equilíbrio suficiente para aguentar tão íngreme inclinação do relvado provocada pelos portistas. Houve muitas oportunidades para os milhares de adeptos do Porto no Bessa gritarem “golo”. Caprichosamente, quando a mancha azul fez ecoar esse grito desejado, o bandeirinha armou-se em desmancha-prazeres e anulou o golo de Stepanov. Não desistindo nunca, o Porto continuou na luta pelo orgasmo do futebol. Uma bela luta, diga-se. Quaresma, num remate que continha toda a formosura do universo, quase dava justiça ao derby tripeiro. A trave quis ser, por seu turno, o estorvo que injustiçou, em parte, a excelente atitude do grémio azul e branco. Foi um belo derby, não obstante a impetuosidade dos boavisteiros num ou noutro lance.

O Porto saiu do Bessa com mais um ponto somado. Não creio que se possa dizer que perdeu dois, mesmo que na Quarta-Feira o jogo não nos seja favorável. Jesualdo Ferreira injectou na sua equipa mais uma porção de confiança que lhe garantirá referir sempre que o Porto não é somente constituído por Fulano, Sicrano e Beltrano. No Porto, o mais importante será sempre o colectivo. A História o diz. Com esta unidade, não há limites para sonhar. Até Quarta-Feira, sonhemos então. E nesse dia, a união poderá fazer-nos somar a concretização, dando-nos, mais uma vez, a imortalidade dos grandes momentos.

4 comentários:

Pedro Silva disse...

Na minha opinião apostar em jogadores como o Mariano, por o Adriano na Ala, jogar uma parte inteira sem alas é arriscar em demasia... Andamos a criticar o Benfica porque não joga pelas alas e vai o Jesualdo fazer o mesmo... O Professor tem de perder a mania de mostrar que é ele quem manda e é ele quem sabe. Vamos a ver, se correr bem na Quarta então pode-se dizer que foi uma boa aposta senão vai ser uma pressão sobre o Jesualdo... Esta incerteza era desnecessária a meu ver.

Saudações Portistas!!!

Nicolau d'Almeida disse...

Caro Super Dragão, não creio que Jesualdo tenha arriscado em demasia tendo em conta a vantagem pontual de que dispomos. Alguns jogadores ontem estiveram melhor do que outros, mas penso que foi importante o Jesualdo dar-lhes uma prova de confiança sem ser apenas em jogos de Taça contra equipas acentuadamente inferiores.

De entre os jogadores que escolheu para compor o onze, Jesualdo tentou que a equipa não se desequilibrasse, por um lado, não jogando num estilo muito diferente do que vem fazendo e, por outro, tendo a exacta noção de que estes jogadores não têm muito entrosamento conjunto. Em suma, Jesualdo jogou ao máximo para a poupança de Quarta, em que se realizará o jogo do ano do Porto.

Mesmo que não corra bem na Quarta, ninguém pode crucificar Jesualdo precisamente porque ele já ontem começou a "jogar" o jogo da Champions poupando os atletas mais utilizados, de modo a que estejam 100% aptos, se é que isso é possível.

A vantagem que nos separa do segundo não acarretará nenhuma pressão extra para o Jesualdo. Temos uma margem confortável. Ontem não era um jogo decisivo para nós, mas Quarta, sim, sê-lo-à. Portanto, faz sentido que Jesualdo entre Boavista e Schalke 04 tenha escolhido como mais importante o jogo contra os alemães.

Só por mero azar é que estas ditas "segundas escolhas" de Jesualdo é que não ganharam no Bessa. Historicamente, um ponto conquistado lá nem costuma ser mau. Mas ontem fomos melhores do que o Boavista e merecíamos a vitória.

Cumprimentos.

dragao vila pouca disse...

Primeiro gostaria de salientar que ontem no Bessa lembrei-me das tardes de futebol com o F.C.porto arrastar grandes multidões no apoio à equipa.Depois apesar das poupanças com as quais estou, basicamente estou de acordo, mereciamos ter ganho.
Quarta-feira cada Dragão, tem de se um Super-Dragão no apoio à equipa.
Um abraço

dragao vila pouca disse...

Sporting-Benfica
Setúbal-F.C.Porto

03 Março, 2008