quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Passadeira azul para Port(o)gal!

Está feito! O Porto apurou-se para os oitavos-de-final da Champions League, após vencer o Besiktas da Turquia. Quando um empate bastava para seguir em frente, o Porto esmerou-se na aplicação e imprimiu um ritmo que foi fatal para o Besiktas. O treinador do Besiktas bem que pode agradecer a Rustu, guarda-redes dos turcos, por só ter sofrido dois golos. À parte disso, o Porto jogou um futebol atraente, deliciando, muitas vezes, a plateia do Dragão. A satisfação é total já que o Porto passa à próxima fase no primeiro lugar do grupo A, à frente de Liverpool, Marselha e Besiktas.

O estilo imposto pelo Porto foi importante na medida em que a equipa não dava mostras de se contentar com o empate, que lhe servia para se apurar. Vestir a camisola do FC Porto, disputar a maior liga do Mundo e não entrar em campo para vencer não faz qualquer sentido. É quase como ver outra equipa que não o Porto a representar consecutivamente Portugal na Champions League. Assim, o Porto mostrou verdadeiramente a mentalidade que vigora a Norte de Portugal e lutou pela vitória como se dependesse dela. Na verdade, as vitórias, particularmente na Champions League, alimentam a ambição dos clubes e jogadores, fazem com que os adeptos apresentem inchaços no ego e, não menos importante, enchem os cofres das sociedades desportivas, qual Euromilhões futebolístico.
Os turcos provaram, no Dragão, que não são uma grande equipa. Há um ou outro jogador que se destaca, mas a maior parte não ultrapassa a mediania, principalmente a nível defensivo. Tarik e Quaresma encarregaram-se de martirizar este ponto débil do Besiktas. Bosingwa esteve igualmente em destaque a nível ofensivo, executando alguns cruzamentos que causaram o pânico nos de Istambul. Quem se pôde queixar com justa causa foi Lisandro, que viu anulado um golo perfeitamente legal. Todavia, o seu compatriota Lucho González foi generoso o suficiente para lhe dedicar o passo de tango (ou tanga?) que hipnotizou Rustu. Sem arrogância, pode salientar-se que o jogo foi, do princípio ao fim, dominado pelo FC Porto. O Besiktas só jogou aquilo que o Porto deixou. Esta análise remete para o curioso facto de internamente o Porto jogar semanalmente contra si mesmo, como se o maior rival do Porto fosse o próprio Porto. Para se continuar a liderar à distância, a motivação terá de estar sempre no auge. Neste particular, a moral de Ricardo Quaresma deverá ter atingido o cume do Evereste. À boa exibição, o Mustang aliou um golo de excelência, provando estar num momento de forma propício à realização de magia. Mas não foi só Quaresma, é justo que se realce todo o colectivo que está atingindo um estádio de grande qualidade técnica e táctica. Tudo isto sustentado com vitórias.

Dependíamos de nós para passar à fase seguinte da Champions League e cumprimos. No campeonato dependemos de nós para a conquista do ceptro. No final, ver-se-à se almejamos o sucesso. Mas como a ocasião é de celebração para com o Rei de Portugal que arrasa na Europa, podem estender a passadeira ao Mui Nobre FC Porto. Passadeira vermelha? Não, essa cor já não representa as tendências da moda futebolística portuguesa na Liga dos Campeões. Estendam a azul, por favor. Sim, esse mesmo azul que não está na bandeira portuguesa, mas que será mais uma vez a cor a representar Portugal. Esqueçam o verde, esqueçam o vermelho, ponham é a bandeira do Porto a enfeitar a vossa janela, como mandou o outro. O Porto merece e dedica os seus sucessos a todos os portugueses, como aliás o faz desde sempre. Não é só pronunciar o factor congregador que as vitórias do Porto provocam nos portugueses, é mais do que isso. É sublinhar com traço grosso que “Daqui Houve Nome Portugal!”.

Sem comentários: