De outra estratosfera!

Não foi uma batalha naval o que se assistiu ontem, muito embora pudesse ter sido um massacre da Naval, tantas foram as oportunidades criadas que não tiveram reflexo no marcador.
A expectativa era grande para saber como a equipa se ia apresentar depois do sucesso na Champions e sabendo que podia alargar a vantagem para o segundo. Cedo se percebeu qual seria o sentido de jogo e que muito dificilmente a Naval iria aguentar o poderio do FCPorto.
Apesar de estar a jogar com 3 jogadores que frequentemente são suplentes (Mariano, Madrid e Sapunaru) a equipa não se ressentiu. Os “disparos” foram se sucedendo, e mais cedo ou mais tarde a Naval não teria peito para tantas “balas”. Não fosse o árbitro (Cosme Machado para memória futura) a vestir a pele de ladrão e o golo teria aparecido mais cedo. A arbitragem a que se assistiu ontem foi apenas a consequência dos acontecimentos de sábado à noite. Ninguém irá falar nem dar atenção nem destaque ao que se passou ontem, mas para os portistas foi a prova de que para vencermos este campeonato teremos que ser muito melhores do que os outros. Teremos que jogar contra muita gente nos 8 jogos finais para conquistarmos o tetra, apesar de alguém que se apresenta como especialista de futebol e que veste pele de “cordeiro”, mas é Lobo de nome dizer que o Benfica tem jogadores para ter a melhor equipa de Portugal.
O golo apareceu fruto do excelente jogo de equipa, mas também da classe de Lucho, da irreverência de Mariano e da fluidez de jogo de Madrid. Nessa altura as redes da baliza da Naval puderam finalmente “abraçar” a bola, num gesto que já poderiam ter feito anteriormente.
O futebol de alta qualidade prosseguiu até ao intervalo. Mais oportunidades criadas e mais golos falhados se seguiram numa sequência lógica para o que se tem passado no Dragão esta época. Mas a segunda parte foi tudo menos uma sequência de confirmação de ideias pré-definidas. Ao contrário do que tem acontecido em muitos jogos, o FCPorto reentrou semelhante ao da primeira parte. Permitiu apenas uma oportunidade à Naval (na sequência de um canto) e criou muitas outras que podiam e deviam ter entrado. Numa delas Lucho, com um toque de classe e após excelente jogada de Mariano, confirmou a vitória e contrariou a matemática: 1 + 1 = 4 pontos de distãncia. Esta é a vantagem para o segundo. Para o terceiro são necessários todos os dedos de uma mão, como se de um adeus ao titulo se tratasse.

Após o segundo golo o ritmo baixou, o coração dos adeptos descansou e o Dragão voltou a sorrir em casa. Uma vitória que coloca-nos na rota do titulo, embora muito caminho ainda falte cumprir. A Naval entrou na “batalha” com mais homens (3 vestidos de preto), mas nós tínhamos melhores armas.
Uma vitória que acerta em cheio no “porta aviões” de muita gente, na certeza que faltam apenas 7 “tiros” certeiros para pudermos festejar o tetra muito merecido.
De realçar após este jogo que ninguém sentiu a falta de Fernando e de Hulk, algo que só acontece nas grandes equipas. Os adeptos mais uma vez foram também grandes, transmitindo à equipa que nunca estará só nesta batalha até Maio.
Helton (5) – Foi posto poucas vezes à prova, respondendo sempre com tranquilidade.
Sapunaru (6) – Bom jogo. Tem vindo a subir os níveis exibicionais e ontem não cometeu nenhum erro.
Rolando (5) e Bruno Alves (5) – Nunca permitiram oportunidades aos avançados, embora um mau passe de Bruno Alves pudesse ter tido outro desfecho.
Cissokho (7) – Excelente jogo deste lateral que tem crescido muito desde Janeiro. Forte no jogo ofensivo, foi um dos melhores no jogo de ontem.
Madrid (6) – Não se ficou por fazer de Fernando. Acrescentou o seu “cunho”, fazendo circular a bola na sua zona e estando sempre no sítio certo para impedir os ataques da Naval. Saiu por desgaste físico, mas bem mereceu os aplausos dos adeptos.
Lucho (8) – Um dos melhores jogos da época. Marcou um e podia ter marcado mais outro, não fosse ter falhado incrivelmente na finalização de uma grande jogada. Trouxe à memória o Lucho de outras épocas. Classe.
Meireles (6) – Incansável. Correu, rematou e cortou. Na segunda parte acusou o desgaste normal.
Lisandro (7) – Faltou-lhe o golo para coroar mais uma bela exibição. Foi derrubado duas vezes na área (numa delas o guarda redes seria expulso) quando se preparava para marcar. Correu muito e merecia ter marcado.
Mariano (8) – Grande exibição. Marcou, assistiu e mostrou excelentes pormenores. É caso para perguntar onde andaste tu Mariano?
Rodriguez (7) – Está num excelente momento de forma e mostrou mais uma vez que é um jogador à Porto. Não se fica pela garra. Construiu muitas jogadas de perigo. Ovacionado na saída.
Outros jogadores utilizados: Tomas Costa, Farías e Tarik
Super Dragão: Lucho González.
É difícil fazer a análise a este jogo sem se destacar o trabalho da equipa de arbitragem. Existem erros e lapsos que são mais ou menos susceptíveis de serem cometidos, mas deixar passar em claro 3 grandes penalidades num só jogo e todas a prejudicar a mesma equipa, sendo que duas delas são claríssimas, é uma vergonha e prova que não foi em vão que o senhor Cosme Machado esteve ontem no Dragão. A arbitragem do jogo de ontem tem tanta credibilidade como a quantidade de cabelo que o árbitro tem na cabeça.