quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Pesadelo

O Porto foi enxovalhado em Londres pelo Arsenal sendo vergado a uma derrota por 4 golos sem resposta. Um resultado absolutamente inqualificável para uma equipa que deve lutar em todas as frentes, em todos os campos, sempre da mesma maneira. Ou seja, para vencer.

Ontem o que se viu foi uma equipa sem carácter, frouxa, sem garra, emocionalmente de rastos. Alguns jogadores temiam assumir as responsabilidades de jogo e simplesmente escondiam-se da bola. Jogadores assim certamente não são jogadores para o Porto.

Não se percebe como um jogador super-motivado como Lino sem qualquer explicação plausível passe, de repente, de titular para o banco de suplentes. E Fucile continua a ser o melhor lateral de que o Porto dispõe... Exceptuando Helton, sem qualquer culpa nos golos sofridos e evitando males maiores, Tomás Costa e Lisandro, todos os outros jogadores não mostraram ontem competência para envergar a camisola do Porto. Triste resultado após a celebração dos 115 anos de vida do clube.

Lucho González não está na melhor forma física e isso notou-se muito no futebol portista. Completamente carente do argentino, o Porto sentiu imensas dificuldades em ter a posse de bola. Em claro sacrifício, Lucho, na segunda parte, bem que tentou assumir as rédeas da organização de jogo portista mas infelizmente a sua condição não o permitiu. Ainda assim, valeu o sacrifício e a abnegação de Lucho.

No início do jogo, o Porto teve 3 boas chances para marcar mas não o conseguiu. Porém, aí a equipa, ao invés de desanimar, deveria ter encarado aquelas oportunidades de golo como um estímulo para fazer frente ao Arsenal. Mas recuou. Mas não quis ter a bola. Mas foi subserviente. Mas não jogou mais à Porto. Depois do festival que o Arsenal deu, não ouvi ninguém a pedir desculpa aos sócios pelo resultado. Pedir desculpas ninguém pediu, arranjar desculpas já se arranjou. Não era vergonha perder 4-0 se se tivesse lutado, se se tivesse corrido, se se tivesse dado tudo. Vergonha é perder 4-0 quando não se lutou e quando até a sorte nos protegeu de termos sido vergados ainda mais ao embaraço. É preciso trabalhar, menos borgas e menos falatórios. E se há gente que assobia a equipa, desta vez, dou a mão à palmatória, e condescendo que têm toda a legitimidade para isso. Já que o pedido de desculpa aos sócios não veio sobre a forma de palavras que pelo menos se traduza numa vitória em Alvalade. Depois de ontem, é o mínimo que se lhes é exigido.

1 comentário:

dragao vila pouca disse...

Num momento destes um portista tem de fazer um grande esforço de contenção. Eu tento, mas não posso deixar de dizer o seguinte: quando uma equipa se vem queixar, treinador incluído, dos assobios dos adeptos e não é capaz de ser superior a isso...alguma coisa está mal sobre o ponto de vista mental.
Ontem, isso foi claramente notório, depois do 1º golo do Arsenal, com a equipa a desmoronar-se como um castelo de cartas.
As culpas não podem ser atribuídas exclusivamente ao Jesualdo, mas um treinador que não transmite convicção, raça, espírito ganhador...tem muitas responsabilidades.
Há treinadores que podem estar todos borrados, mas aquilo que transmitem para dentro e para fora, é confiança, fé, crença...com Jesualdo eu nunca senti isso.
Depois é preciso dizer que custou muito ao F.C.Porto conseguir todo o prestígio que tem na Europa do futebol e portanto, nunca pode baixar a níveis tão baixos e desbaratar, com um comportamento, tão pobre todo esse capital, que tanto custou a adquirir.
Se só temos equipa para consumo interno não se justifica um orçamento de 60 milhões de euros.
Eu não culpo Benítez, mas culpo Jesualdo por meter o Benítez e pergunto: o que ganha o F.C.Porto com o argentino em vez do Lino? Ganha defensivamente? Não como se viu! Ganha ofensivamente? Então aqui nem se fala! Porque joga então Benítez? Ah, com Benítez o B.Alves tem de estar sempre preocupado com ele e não joga nada.
Andamos e nós estivemos na luta, numa Guerra sem quartel, para irmos à C.League, não podemos, agora com exibições deste tipo, beliscar a nossa auto-estima, de Dragões orgulhosos.
Um abraço