O Porto soma e segue. Venceu o Marítimo e continua líder isolado da classificação. Antes desta partida, pairavam fantasmas no ar, suspeitava-se de armadilhas e cascas de banana na Terra, pois o Porto não saboreava uma vitória na Madeira, a contar para o campeonato, há cinco anos. Haveria um trauma por jogar na ilha e seriam os dragões condescendentes com a tradição? Dúvidas que seriam totalmente dissipadas no decorrer do encontro. O Porto foi uma equipa personalizada e autoritária. Nem por sombras se notou o estigma de o Porto jogar no Funchal. O Marítimo foi uma formação muito pouco audaz e isso notou-se pela forma como Ulisses Morais escalonou o seu onze. Jesualdo também reservou duas surpresas, Ibson e Renteria, mas provou o fel das lesões. Porém, era facilmente observável que seria uma questão de mais minuto menos minuto para o Porto decidir a contenda a seu favor. Pela amostra inicial, a única perdição crível que o Porto poderia sofrer era a de render-se perante a beleza da ilha da Madeira. No terreno de jogo, contava-se outra história.
O Porto controlou o jogo enquanto quis. Foi pena que não o tivesse querido controlar até ao fim. Claramente dominadores, os jogadores portistas impuseram o seu futebol e rapidamente chegaram à vantagem. Antes da inauguração do marcador, o Porto perdeu uma unidade do meio-campo. Ibson sofreu uma lesão no joelho e teve de ceder o seu lugar a Raul Meireles. O azar não se abstém de importunar o jogador brasileiro, que vê mais uma vez adiada a possibilidade de explanar as enormes capacidades futebolísticas que todos lhe reconhecem. Passados poucos minutos da infelicidade azul e branca, surgiu o golo de Adriano. Marek Cech cobrou um canto, Bruno Alves surgiu ao segundo poste e a bola sobrou para Adriano que com um cabeceamento de cima para baixo inaugurou o marcador nos Barreiros. Imaginava-se que a serenidade chegaria com um segundo golo. Este surgiu pelo recém-entrado Raul Meireles num disparo fora da área, que sofreu um desvio de trajectória ao embater nas pernas de Milton do Ó. Todavia, o estado de tranquilidade não duraria muito mais. Tudo porque o Porto se viu obrigado a fazer uma segunda substituição por lesão. Depois do ex-Flamenguista Ibson, seria o central Bruno Alves a ter de abandonar a partida com um estiramento muscular. As circunstâncias da partida insistiam em não dar sossego ao Porto. O Marítimo, nesta altura, notava-se mais pela agressividade dos seus futebolistas do que propriamente pelas capacidades técnicas ou tácticas. Infelizmente este modus operandis teima em proliferar no campeonato português. O Porto chegava ao intervalo como um justo vencedor. O Marítimo nada tinha feito para manter aquela tradição de que tanto se orgulhavam os madeirenses. Não fossem as lesões e tratava-se de um belo passeio pelo jardim madeirense.
A 2ª parte foi menos conseguida. Em parte, por culpa do FCP pois tinha dois golos de vantagem e tentou fazer uma compreensível poupança tendo em vista os importantes desafios que o futuro reserva. No entanto, não podem ser amputadas responsabilidades ao Marítimo. Os insulares possuem um orçamento elevado, em comparação com outros emblemas da Liga, que exigiria certamente uma equipa a jogar melhor futebol. Conclui-se, portanto, que nem um Porto mais contido foi suficiente para desencadear uma maior iniciativa madeirense. De facto, até pertenceram ao Porto as melhores oportunidades de golo neste segundo período. Quaresma e Adriano tiveram boas chances de aumentar a contagem. Ao Marítimo valeu Marcos, que se cotou provavelmente como o melhor jogador na 2ª parte. Na outra baliza, Helton dava mostras de estar recomposto da noite ingrata de Londres. No entanto, na recta final do desafio, cometeu um erro que valeu um golo ao Marítimo. Gregory saltou mais alto do que o guarda-redes brasileiro e depois de uma enorme confusão na área, em que os azuis procuravam sacudir a bola, Douglas apareceu em posição frontal e disferiu um pontapé fulminante que bateu Helton. Pouco tempo depois o jogo chegava ao fim.
Vitória justíssima do FCP, que terminou com um jejum de cinco anos sem vencer o Marítimo na Madeira para a Liga portuguesa. Este jogo serviu, em boa parte, para observar a forma como o Porto reagiria à pressão de jogar num terreno onde já não vencia há um tempo considerável. A isso, adicione-se o facto de se estarem a aproximar os clássicos da segunda volta. Para a semana o Porto recebe o Sporting e na jornada seguinte desloca-se ao Estádio da Luz. Um ciclo de três jogos que darão para medir bem o pulso dos portistas. Ver-se-à se o título de campeão lhes assenta que nem uma luva. Pelo sucesso do jogo de ontem, pode dizer-se que o Porto já está com um dedo introduzido na luva do título. Que venham os grandes opositores retirá-lo. Se forem capazes, claro.
Jesualdo Ferreira disse o seguinte: «Faltam-nos nove jogos e oito vitórias para sermos campeões. Vamos atrás delas com todo o ardor.» Percebe-se que ontem se iniciou um ciclo decisivo. Do que se fizer nesses próximos nove jogos concluir-se-à se esta foi ou não uma época positiva. A liderança é boa mas nada está garantido. Importa que grasse, em campo, o ardor pois das bancadas o amor, esse, continuará sempre. Com ou sem bailinhos.
O Porto controlou o jogo enquanto quis. Foi pena que não o tivesse querido controlar até ao fim. Claramente dominadores, os jogadores portistas impuseram o seu futebol e rapidamente chegaram à vantagem. Antes da inauguração do marcador, o Porto perdeu uma unidade do meio-campo. Ibson sofreu uma lesão no joelho e teve de ceder o seu lugar a Raul Meireles. O azar não se abstém de importunar o jogador brasileiro, que vê mais uma vez adiada a possibilidade de explanar as enormes capacidades futebolísticas que todos lhe reconhecem. Passados poucos minutos da infelicidade azul e branca, surgiu o golo de Adriano. Marek Cech cobrou um canto, Bruno Alves surgiu ao segundo poste e a bola sobrou para Adriano que com um cabeceamento de cima para baixo inaugurou o marcador nos Barreiros. Imaginava-se que a serenidade chegaria com um segundo golo. Este surgiu pelo recém-entrado Raul Meireles num disparo fora da área, que sofreu um desvio de trajectória ao embater nas pernas de Milton do Ó. Todavia, o estado de tranquilidade não duraria muito mais. Tudo porque o Porto se viu obrigado a fazer uma segunda substituição por lesão. Depois do ex-Flamenguista Ibson, seria o central Bruno Alves a ter de abandonar a partida com um estiramento muscular. As circunstâncias da partida insistiam em não dar sossego ao Porto. O Marítimo, nesta altura, notava-se mais pela agressividade dos seus futebolistas do que propriamente pelas capacidades técnicas ou tácticas. Infelizmente este modus operandis teima em proliferar no campeonato português. O Porto chegava ao intervalo como um justo vencedor. O Marítimo nada tinha feito para manter aquela tradição de que tanto se orgulhavam os madeirenses. Não fossem as lesões e tratava-se de um belo passeio pelo jardim madeirense.
A 2ª parte foi menos conseguida. Em parte, por culpa do FCP pois tinha dois golos de vantagem e tentou fazer uma compreensível poupança tendo em vista os importantes desafios que o futuro reserva. No entanto, não podem ser amputadas responsabilidades ao Marítimo. Os insulares possuem um orçamento elevado, em comparação com outros emblemas da Liga, que exigiria certamente uma equipa a jogar melhor futebol. Conclui-se, portanto, que nem um Porto mais contido foi suficiente para desencadear uma maior iniciativa madeirense. De facto, até pertenceram ao Porto as melhores oportunidades de golo neste segundo período. Quaresma e Adriano tiveram boas chances de aumentar a contagem. Ao Marítimo valeu Marcos, que se cotou provavelmente como o melhor jogador na 2ª parte. Na outra baliza, Helton dava mostras de estar recomposto da noite ingrata de Londres. No entanto, na recta final do desafio, cometeu um erro que valeu um golo ao Marítimo. Gregory saltou mais alto do que o guarda-redes brasileiro e depois de uma enorme confusão na área, em que os azuis procuravam sacudir a bola, Douglas apareceu em posição frontal e disferiu um pontapé fulminante que bateu Helton. Pouco tempo depois o jogo chegava ao fim.
Vitória justíssima do FCP, que terminou com um jejum de cinco anos sem vencer o Marítimo na Madeira para a Liga portuguesa. Este jogo serviu, em boa parte, para observar a forma como o Porto reagiria à pressão de jogar num terreno onde já não vencia há um tempo considerável. A isso, adicione-se o facto de se estarem a aproximar os clássicos da segunda volta. Para a semana o Porto recebe o Sporting e na jornada seguinte desloca-se ao Estádio da Luz. Um ciclo de três jogos que darão para medir bem o pulso dos portistas. Ver-se-à se o título de campeão lhes assenta que nem uma luva. Pelo sucesso do jogo de ontem, pode dizer-se que o Porto já está com um dedo introduzido na luva do título. Que venham os grandes opositores retirá-lo. Se forem capazes, claro.
Jesualdo Ferreira disse o seguinte: «Faltam-nos nove jogos e oito vitórias para sermos campeões. Vamos atrás delas com todo o ardor.» Percebe-se que ontem se iniciou um ciclo decisivo. Do que se fizer nesses próximos nove jogos concluir-se-à se esta foi ou não uma época positiva. A liderança é boa mas nada está garantido. Importa que grasse, em campo, o ardor pois das bancadas o amor, esse, continuará sempre. Com ou sem bailinhos.
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