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domingo, 17 de agosto de 2008

Mais uma vez... o Sporting

O Sporting Clube de Portugal conquistou mais uma Taça ao FC Porto, desta vez, a Supertaça Cândido de Oliveira. A apetência sportinguista para vencer finais ao FC Porto, nos últimos tempos, quase que nem nos leva a interrogar o clássico: "Onde é que já vimos este filme?". Pois é. Mas façamos uma outra questão: "Por que é que o Porto não consegue vencer o Sporting?".

Ainda antes do apito inicial de Carlos Xistra, já se previa que, dado o esquema montado por Paulo Bento, o Porto iria sentir dificuldade em controlar o meio-campo devido à superioridade numérica do miolo leonino. Mas até aqui nada de novo. O Sporting sempre que defrontou o Porto jogou da mesma forma. Quem deveria estar de sobreaviso e melhor preparado para este facto deveria ser o Porto. Novamente, o Porto perdeu esta luta territorial que se revelou também mais uma vez decisiva para que o Sporting conseguisse dominar o jogo e "esconder" a unidade mais influente do Porto: Lucho González. Ainda assim, o argentino foi o melhor portista em campo. Não obstante o penalty falhado, Lucho foi sempre um dos mais inconformados e o azar tolheu-o naquele espectacular remate, em que Rui Patrício, um dos homens da noite, viu a bola embater no poste da sua baliza.

Com o forte meio-campo leonino, o Porto apenas conseguiu algum equilíbrio em alguns minutos da primeira parte. Lucho González esteve sempre muito policiado, Guarín não esteve particularmente feliz e Meireles foi o raçudo do costume mas foi impotente para controlar as operações a meio-campo. Rochemback, Moutinho, Romagnoli e Izmailov foram sempre muito mais lúcidos do que os portistas e contaram também com o apoio influente dos laterais do Sporting, particularmente de Abel. Do lado portista, os laterais raramente subiram o que dificultou ainda mais a produção ofensiva, com um meio-campo já de si em inferioridade numérica. Os laterais do Porto deveriam ter tido uma participação mais activa no jogo. Ficou a ideia de que o melhor lateral do plantel do Porto esteve no banco: Fucile. E também se há lateral no Porto que auxilia bem o ataque é Lino, que melhorou bastante o futebol portista quando entrou na final do Jamor, por exemplo.

A indisponibilidade de Mariano e a estranha indefinição em torno de Quaresma afectaram o Porto. Sem estes extremos, Jesualdo Ferreira optou por colocar Farías no centro do ataque, desviando Lisandro para a faixa. Esta aposta não resultou claramente. Lisandro esteve apagadíssimo e Farías não teve a dinâmica que se esperaria dele. As entradas de Hulk e Candeias foram, nesse sentido, benéficas para o Porto, que a certa altura parecia ter condições para discutir o jogo, mesmo depois do 0-2. Foi Candeias que esteve na origem da grande penalidade a favor do Porto. Por seu turno, Hulk trouxe maior vivacidade a um ataque que se revelava amorfo. Individualmente, Rodríguez fez o jogo mais pobre desde que chegou ao Porto. Enfim, foi uma noite em que nada saiu bem ao Porto, desde o sector defensivo até ao atacante. Há ainda muito trabalho pela frente para os pupilos de Jesualdo.

O Sporting teve a felicidade do jogo. Aproveitou bem uma desatenção da defesa do Porto, em que Guarín se deslocou para a esquerda, ficando o centro do terreno sem ninguém e sobrando para Djaló fazer golo. Numa outra falha, desta vez de Sapunaru, o mesmo Djaló ganhou a bola na área e oportunamente aumentou a vantagem leonina. Yannick Djaló até teve mais oportunidades de marcar. Num atraso de Bruno Alves para Helton, o brasileiro não conseguiu segurar a bola, esta sobrou para Djaló mas o número 1 portista ainda foi a tempo de evitar o golo. Mais tarde, Djaló, a figura maior da noite, endereçou um remate à baliza de Helton que ainda bateu no poste. O Sporting teve também um guarda-redes à altura dos acontecimentos. Rui Patrício parou alguns remates portistas perigosos e principalmente susteve a grande penalidade de Lucho, que poderia dar um novo ímpeto ao Porto. O Sporting foi melhor do que o Porto, mereceu inteiramente conquistar a Supertaça. Fica no entanto a estranheza de ver o Porto novamente tão mal preparado para defrontar o Sporting de Paulo Bento que joga sempre da mesma maneira! Não haverá mesmo forma de pará-los? A resposta fica para o próximo desafio entre Porto e Sporting...

Supertaça Cândido de Oliveira: FC Porto 0-2 Sporting

Estádio Algarve










FC Porto: Helton; Sapunaru, Bruno Alves, Pedro Emanuel «cap.» e Benítez; Guarin (Candeias, 70'), Raul Meireles e Lucho; Lisandro, Farias (Hulk, 56') e Rodriguez.

Treinador: Jesualdo Ferreira

Sporting: Rui Patrício; Abel, Anderson Polga, Tonel e Caneira; João Moutinho «cap.», Rochemback, Romagnoli (Veloso, 67') e Izmailov; Yannick (Pereirinha, 90') e Derlei (Postiga, 82').

Treinador: Paulo Bento

Marcadores: 0-1, Yannick (45m); 0-2, Yannick (58m)

Disciplina: cartão amarelo para Anderson Polga (10 min), Benítez (29 min), Caneira (71 min), Lucho (90 min), Miguel Veloso (90 min) e Rodriguez (90 min).

Melhor em campo: Yannick Djaló

quarta-feira, 16 de abril de 2008

Final da Taça de Portugal: Porto x Sporting

O Sporting será o adversário do Porto na final da Taça de Portugal. Os leões venceram o Benfica por 5-3, num jogo louco, disputado em Alvalade. Dia 18 de Maio, Sporting e Porto lutarão pela conquista de mais um troféu. O Sporting é o actual detentor da Taça de Portugal e no início desta época já venceu o Porto, em Leiria, em jogo a contar para a Supertaça Cândido de Oliveira, arrecadando assim o troféu. Para a Liga portuguesa, o Porto venceu, no Estádio do Dragão, o Sporting por 1-0, ao passo que, no clássico de Alvalade, a turma leonina levou a melhor e derrotou o Tricampeão Nacional por 2-0. A final da Taça de Portugal entre o Porto e o Sporting promete ser um grande clássico.

segunda-feira, 27 de agosto de 2007

Stojkovic e mais dez

O Porto bateu o Sporting e soma seis pontos em dois jogos no campeonato. Depois de ter perdido na Supertaça, o Porto redimiu-se no confronto com o Sporting e impôs uma derrota à equipa de Paulo Bento, que não perdia há 26 jogos. A determinação, a persistência, a raça e a inteligência ditaram o vencedor do encontro entre dragões e leões.

Na primeira parte, o Porto teve um maior caudal ofensivo que o seu opositor e fez por justificar uma vantagem que não aconteceu ao fim dos primeiros 45 minutos. O Sporting optou por uma postura mais recatada e foram raros, mesmo muito raros, os ataques à baliza de Helton neste período do jogo. Tarik e Quaresma mostraram serviço e tiveram um papel de destaque nos principais lances de perigo do Porto na primeira parte. Aos 21 minutos, Quaresma efectuou um passe sensacional para Tarik, que passa por Polga, entra na área e faz a bola viajar em frente da baliza sportinguista sem que ninguém a ancorasse nas redes de Stojkovic. E começa a ser complexa a relação que Quaresma desenvolve com os postes. Numa posição territorial semelhante à que deu origem ao segundo golo em Braga, Quaresma executou um livre directo, fez a bola passar por cima do gigante (1, 95 metros) Stojkovic e a barra salvou o Sporting de ir em desvantagem para o intervalo.

Se na primeira parte Stojkovic foi o elemento leonino mais em evidência pelo perigo que rondou a sua baliza, no segundo período o guardião sérvio foi decisivo para as contas finais da partida. Aos 49’, Stojkovic brilha ao fazer parar um disparo forte de Postiga. O guarda-redes do Sporting, no entanto, não consegue segurar a bola, que sobra para Quaresma. O extremo portista precipita-se e rematou por cima da baliza Sul do Estádio do Dragão. O momento da partida estava reservado para o minuto 52, quando Stojkovic agarrou a bola após esta ter sido endossada por Polga, que efectuara um desarme a Postiga. Stojkovic cometeu um erro crasso que foi punido com um livre indirecto em cima da linha da pequena-área. O curioso é que Stojkovic tinha todo o tempo do mundo para ter aliviado a bola com os pés para qualquer lado do estádio. Porém, não o fez e ainda teve o desplante de ter tentado queimar tempo com o lance, esperando que Postiga o pressionasse para agarrar finalmente a bola com as mãos.

Na marcação do livre indirecto, o Porto num primeiro momento tomou o pulso à reacção defensiva dos leões. Com a barreira situada em cima da linha de golo, o Porto simulou que marcava o livre e Stojkovic lançou-se sobre a bola. Num segundo momento, quando tudo estava à espera que Lucho tocasse a bola para Quaresma estourar, o argentino pisou-a e deslocou-a para trás de si onde estava Raul Meireles, que fez tremer primeiro os jogadores do Sporting e finalmente fez tremer as redes da baliza do Sporting. O clube de Alvalade operou mudanças ao longo da segunda parte e conseguiu equilibrar o jogo em busca do empate. O Porto defendeu-se bem mas podia ter explorado melhor o contra-ataque, pois o Sporting atacava desesperadamente. O melhor que o Sporting fez na partida foi quando, ao minuto 88, Derlei rematou forte e Helton não conseguiu segurar a bola. O jogo acabaria instantes depois.

Resumindo, o Porto teve espírito de sacrifício, humildade e trabalhou em equipa. Foi mais inteligente durante a partida e mostrou atitude e futebol suficientes para vencer. Finalmente, não necessitou de contar com o génio de Quaresma para marcar. Desta feita, foi Raul Meireles a ser decisivo, o que terá eventualmente sido uma surpresa para Vukcevic, já que, durante a semana, o montenegrino afirmou que o FC Porto era Quaresma e mais dez unidades. Com vista privilegiada do banco de suplentes do Dragão, onde esteve durante grande parte do tempo, talvez Vukcevic tenha apreciado mais algum jogador para além de Quaresma e quiçá tenha mudado a sua opinião sobre o FCP. Todavia, seria interessante questioná-lo sobre o que ele pensa da equipa do Sporting actualmente. Será que se fosse questionado, Simon Vukcevic responderia que o Sporting é Stojkovic e mais dez?

2ª Jornada da Liga: FC Porto 1-0 Sporting

Estádio do Dragão, Porto

49 709 espectadores

FC Porto: Helton; Bosingwa, Bruno Alves, Pedro Emanuel e Fucile; Lucho, Paulo Assunção e Raul Meireles (Mariano, 67'); Tarik (Postiga, 46'), Lisandro (Bollati, 85') e Quaresma.

Treinador: Jesualdo Ferreira

Sporting: Stojkovic; Abel (Djaló, 76'), Tonel, Polga, Ronny (Pereirinha, 76'); Miguel Veloso; Izmailov (Vukcevic, 62'), Romagnoli e João Moutinho; Derlei e Liedson.

Treinador: Paulo Bento

Marcadores: 1-0, Raul Meireles (53')

Disciplina: Amarelo a Quaresma (34'), Derlei (52'), Tonel (53'), Polga (72'), Bosingwa (87') e Helton (90').

Melhor em campo: Lisandro

domingo, 12 de agosto de 2007

Sorte 1 - Porto 0

A tradição manteve-se. O Sporting venceu a Supertaça contra o FC Porto. Em três embates entre os dois emblemas, os leões coleccionaram por três vezes o apetecido troféu. Recorde-se que nos jogos anteriores entre Porto e Sporting, a contar para a Supertaça, a prova ainda se disputava em duas mãos. Nessas duas ocasiões foi necessário recorrer às finalíssimas. Uma em 1994/95 na cidade de Paris e outra em 1999/00 na urbe de Coimbra. Desta feita, o jogo decidiu-se em 90 minutos e novamente a favor do Sporting.

A partida foi de parte a parte fraca. Foi o típico jogo de início de temporada. Lento, sem ideias, sem existir capacidade para romper em velocidade, sem haver um pressing forte de nenhuma das equipas. Não surpreende que as melhores oportunidades tenham surgido de bola parada. Também não houve supremacia de nenhuma equipa sobre a outra, sendo essa a nota dominante do jogo. Este foi muito equilibrado nos vários domínios, excepto na contagem das bolas ao ferro. Aí o Porto ganhou claramente por três a zero.

Jesualdo Ferreira não escalonou nenhum reforço para o onze do Porto, ao contrário de Paulo Bento. Kazmierczak era dado como provável titular em toda a imprensa, mas a escolha acabou por recair em Marek Cech. A verdade é que talvez o polaco se enquadrasse melhor no tipo de futebol que evoluiu no "Dr. Magalhães Pessoa". De qualquer modo o meio-campo do Porto não esteve em grande plano de evidência e sentiu-se a falta do cerebral Lucho González. Faltou criatividade e um transporte de bola mais eficiente entre o meio-campo e o ataque.

Cedo o jogo mostrou que a sorte não queria nada com o Porto. Cedo demais, até. O cartão amarelo com que foi admoestado Assunção logo ao minuto e meio de jogo não era o sinal de boa fortuna que se esperava. Aos 18 minutos de jogo, Quaresma na cobrança de um livre envia a bola ao poste da baliza do Sporting. Aos 25’, Adriano seguia a toda a velocidade para a baliza de Stojkovic quando o juiz decide interromper o jogo para prestar assistência a Derlei. Já na 2ª parte, Tonel jogou a bola com o braço e os juízes mantiveram-se impávidos e serenos.

O momento da partida estava reservado para o minuto 76. O russo Izmailov disparou fora da área e Helton não teve chances de segurar o esférico, isto no momento em que Kazmierczak tinha acabado de entrar no jogo. Com pouco tempo para responder o melhor que o Porto fez foi enviar nova bola ao poste. Desta vez por intermédio de Kazmierczak. O jogo acabaria poucos minutos depois.

Quem comete a proeza de fazer três remates ao poste, quem assiste impotente a um equívoco na área do Sporting, quem sofre com decisões menos felizes do trio de arbitragem, quem constata que o adversário não foi superior, só pode no final da partida lamentar a falta de sorte. O Sporting teve-a e, por isso, venceu pela terceira vez no confronto com o Porto a Supertaça Cândido de Oliveira, troféu que o Porto ergueu por 15 vezes. Na 2ª Jornada da Liga há mais Porto-Sporting no Estádio do Dragão..

Supertaça Cândido de Oliveira: FC Porto 0-1 Sporting

Estádio Dr. Magalhães Pessoa, Leiria

21 863 espectadores

FC Porto: Helton; Bosingwa, P. Emanuel, Bruno Alves e Fucile; Assunção (Leandro Lima, 84'), Raul Meireles (Mariano Gonzalez, 78') e Cech (Kazmierczak, 74'); Lisandro, Adriano e Quaresma.

Treinador: Jesualdo Ferreira

Sporting: Stojkovic; Abel, Tonel, Polga e Pedro Silva (Ronny, 11'); Veloso, João Moutinho, Izmailov e Romagnoli (Gladstone, 87'); Liedson e Derlei (Djaló, 87').

Treinador: Paulo Bento

Marcadores: 0-1, Izmailov (76')

Disciplina: Amarelos a Assunção (2'), Pedro Emanuel (10'), Polga (59'), Mariano Gonzalez (86'), Derlei (87') e Liedson (90'+3').

Melhor em campo: Polga

domingo, 18 de março de 2007

Desnorteados

Nortada que outrora foi forte e duradoura, progressivamente amainou e agora confirma-se frouxa. Caravela à deriva, sem força para chegar a um bom Porto. Intensidade por demais moderada. Tempo que passa e apatia que dele se alimenta. Tripulação ofegante, inoperante, incapaz. Comandante ineficaz. Multidões em suspenso, iludindo-se com o que o olhar não alcança. Onde estará a bússola pela qual o Porto se orientou até Dezembro?

O Porto averbou a terceira derrota da época em casa. Depois do Atlético e do Estrela da Amadora foi a vez do Sporting vencer no reduto do Campeão Nacional. Em abono da verdade, deve referir-se que o Sporting Clube de Portugal ganhou bem e jogou praticamente sozinho. Não existem argumentos plausíveis que possam contrariar a superioridade leonina. Sem rodeios, devemos admitir que perdemos para uma equipa que o foi na verdadeira acepção da palavra. Não me custa admitir a superioridade do Sporting nesta partida. Incomoda-me somente que o Porto não tenha sido capaz de exibir todas as suas potencialidades, fazendo da vitória do Sporting um facto incontestável. Sinceramente, pensava que o Porto já se tinha deixado destas coisas. As razões para esta derrota têm tanto de surpreendente como de repetível. Atlético e Estrela da Amadora, ao que parece, foram lições ignoradas. Quando assim é, repetem-se os erros do passado. À terceira só cai quem quer....

Em campo, notou-se uma gritante falta de intensidade, de garra, de paixão pelo jogo. Ninguém me condenará se acrescentar que faltou seriedade e concentração a alguns elementos azuis e brancos. Atabalhoados, displicentes, nervosos, esgotados, os jogadores do Porto foram uma desilusão. Facilmente se constata que o Porto, pelo segundo ano consecutivo, padece de stress pós-Natal. Arrisca a ver anulada a vantagem pontual que conseguiu aquando da viragem do campeonato. Recorde-se que eram oito pontos! Jesualdo Ferreira apostou em Alan para render o lesionado Lisandro López. E que falta fez o argentino. Esta constatação é esclarecedora quanto ao desempenho de Alan. Esteve completamente a leste do jogo. O Sporting movimentou-se muito bem, conseguiu uma importante superioridade no meio-campo e fez uma inteligente circulação de bola. Destaque para os homens da frente: Nani, Romagnoli e Yannick Djaló. O Porto nunca dominou a partida, foi sendo continuamente manietado pela forma de actuar do Sporting.

Neste jogo, os holofotes rapidamente incidiram sobre os guarda-redes. Ao 2º minuto, já Ricardo e Helton tinham sido chamados a intervir. Ambos corresponderam em grande nível. De resto, a prontidão dos guarda-redes foi uma constante. Helton voltou aos grandes momentos e realizou uma grande exibição. Ricardo foi mais espectador do que Helton mas no final da partida revelou-se como fundamental para segurar os três pontos para os lisboetas. Rodrigo Tello foi o único a conseguir fazer balançar as redes do Estádio do Dragão. Num livre directo, o chileno chutou forte e colocado, assinando um golaço. Helton ainda voou para a bola mas não a conseguiu apanhar. Um golo decidiu o Clássico do Estádio do Dragão, em que a fraca prestação do Porto foi o tónico ideal para o Sporting reentrar nas contas do título.

É inevitável olhar para o jogo de ontem e não recordarmos o fiasco do Clássico do ano passado com o Benfica, em que perdemos 0-2. Catorze anos depois o Benfica voltava a vencer em território azul e branco. Ontem o Sporting fez história ao vencer na Invicta dez anos depois. Em ambos os jogos, a superioridade lisboeta foi inequívoca e o futebol dos tripeiros foi fraquinho, muito fraquinho. No entanto, no ano passado, mesmo depois de perdermos com o SLB no Dragão conseguimos vencer o Sporting em Alvalade. Apesar do favoritismo deles por jogarem em casa, vencemos e arrancámos rumo ao título. Façamos as contas ao contrário ou, por outra, actualizemos as contas. O Porto perdeu ontem no Dragão com o Sporting e desloca-se na próxima jornada ao Estádio da Luz, sendo, à partida, menos favorito do que o SLB. Conseguirá o FCP ter estofo para vencer e fazer novamente de Lisboa um marco no caminho do título? A lembrança da época passada é a única esperança e a única cartilha que nos resta. Assim se encontre o norte pelas terras de Luís Vaz de Camões.

Deixo uma palavra de apreço a todos aqueles que mesmo perante a pálida exibição apoiaram a equipa até ao último minuto e dedicaram o seu tempo a preparar um bonito efeito visual na entrada das equipas. Que os atletas pensem nos adeptos e no exemplo de dedicação demonstrado na próxima vez que entrarem em campo.

22ª Jornada da Liga: FC Porto 0-1 Sporting

Estádio do Dragão, Porto

49 428 espectadores

FC Porto: Helton; Fucile, Pepe, Bruno Alves e Cech; Lucho González (Jorginho, 74m), Paulo Assunção e Raul Meireles; Alan (Postiga, 45m), Adriano (Bruno Moraes, 77m) e Quaresma.

Treinador: Jesualdo Ferreira

Sporting: Ricardo; Abel, Polga, Caneira e Tello; Miguel Veloso, João Moutinho, Romagnoli (Pereirinha, 68m) e Nani; Alecsandro (Custódio, 83m) e Yannick.

Treinador: Paulo Bento

Disciplina: Amarelo a João Moutinho (81m)

Marcadores: 0-1, Tello (72m)

Melhor em campo: Nani