A cruz de Pinto da Costa é a mesma cruz que o Porto carrega: Presidente e Clube já conquistaram tudo o que havia para conquistar! No entanto, a sede de vencer continua bem vincada e presente. Pelo progresso, pelas vitórias, pela consolidação de um símbolo, a vitória de ontem serviu para provar que o FC Porto e Pinto da Costa estão mais vivos do que nunca. Uma vitória dedicada ao arquitecto daquilo que é hoje o FC Porto. Uma vitória para Pinto da Costa, pois claro.
Na partida de ontem houve um momento de profecia. O início do jogo deu a entender que tudo correria às mil maravilhas para o FC Porto. Notava-se que seria uma questão de tempo até que a fúria azul e branca despedaçasse a defesa belenense. De facto, os primeiros vinte minutos confirmaram isso. Duas dezenas de minutos em que o Porto assaltou a baliza de Marco, em que jogou intensa e apaixonadamente, em que criou oportunidades sucessivas de golo, em que concretizou por Adriano, em que deliciou a plateia azul e branca e a deixou inchada de orgulho.
Seguiu-se um momento de apreesão que culminou em alívio. Se o jogo se iniciara rápido e enérgico, os últimos vinte e cinco minutos foram potenciadores de orações capazes de ir contra o adormecimento quase total. É prática comum rezar e dormir em seguida, mas aqui convinha fazer exactamente o contrário: rezar para não dormir. Os salmos entoados pelos devotos do Dragão tentavam isso: ao mesmo tempo que se louvava os homens em campo tentava-se despertá-los para a missão que tinham de cumprir. O Belenenses, por sua vez, esquecia o cansaço da incontornável façanha de Quinta-Feira passada, em que garantiu o apuramento para a final da Taça de Portugal e consequente acesso à Taça UEFA da próxima época. Os minutos corriam vagarosos e os homens dos pastéis pareciam preparar uma revolta. Emanciparam-se no jogo e aproveitaram uma certa passividade dos guerreiros da Invicta, para trocarem a bola. Todavia, se alguma preocupação levitava no ar, ela pareceu evaporar-se quando o árbitro assinalou bem uma grande penalidade a favor do Porto. O cronómetro assinalava 45 minutos. Era, portanto, o momento ideal para Lucho González se encarregar de sossegar os corações tripeiros e injectar mais uma dose de confiança nas veias dos azuis e brancos. Lucho converteu o penalty e garantiu que o Porto sairia para o intervalo com uma vantagem confortável, fazendo crer que em breve se alcançaria o Paraíso e tudo à custa das boas prestações terrenas.
Iniciou-se a 2ª parte e, com ela, surgiu um segundo momento de desassossego que terminaria em consolo. Nivaldo vestiu a pele de diabo e castigou o Porto com um golo aos 50 minutos. Faltava uma eternidade para o fim do jogo. Estava mais do que visto que se o Porto continuasse com a mesma postura do final da 1ª parte, então iria assistir-se a uma longa e penosa caminhada com a cruz às costas. Por norma, o segundo período do jogo é o menos bom do Porto e o facto de ter de segurar uma vantagem mínima era sintomático das possíveis dificuldades por que podia passar. Porém, o Belenenses ficou-se por uma interessante troca de bola e pouco mais. Se bem que esse pouco mais podia ter tido consequências enormes. Apesar de o Porto não ter conseguido manter o nível exibicional do início da partida, foi criando boas jogadas e mais oportunidades de ampliar a vantagem. Em dois lances, Adriano atirou por duas vezes à barra. Depois de ter trabalhado bem em busca de um bom resultado, o Porto quase deitava tudo a perder no minuto 80. Numa desconcentração, Lucho González errou um passe e Fernando não enjeitou a possibilidade de seguir sozinho em direcção à baliza. Bosingwa ainda o tentou acompanhar, mas Fernando já se tinha adiantado o suficiente para rematar e fazer a bola passar a centímetros do poste esquerdo da baliza de Helton. Seguiu-se um momento arrepiante no Dragão. Numa altura em que o Beleneses podia ter arruinado a noite do Porto, o público chamou a si o protagonismo e não deixou cair os jogadores no desalento, nem no adormecimento, nem em nenhuma outra coisa menos positiva. Do minuto 80 até ao fim do jogo, assistiu-se a um verdadeiro momento de união entre a equipa e os adeptos. As gargantas portistas nem roucas pararam de apoiar o Porto. Essa pulsão positiva acabaria por estimular o Porto, que aos 86 minutos, sentenciaria definitivamente o jogo. Na sequência de um canto cobrado por Quaresma, Bruno Alves cabeceou para o fundo das redes de Costinha e selou a vitória do Porto.
Momento da verdade: o Porto foi a melhor equipa e ganhou justamente. Fernando ameaçou tornar-se numa cruz difícil de suportar. Quer pela injustiça que seria o empate, quer pela infelicidade de Lucho González. Mas o que começou bem, acabou de igual forma. O Porto venceu o clube da Cruz de Cristo e agora faltam mais quatro passos para estar concluída esta verdadeira profissão de fé. Todo o sofrimento será compensador se se alcançar a glória nestas últimas quatro passadas. Falta muito pouco para se descortinarem os segredos do destino. E por mais cruzes que sejam colocadas no nosso Clube e no nosso Presidente, haverá sempre vida para além delas.
Na partida de ontem houve um momento de profecia. O início do jogo deu a entender que tudo correria às mil maravilhas para o FC Porto. Notava-se que seria uma questão de tempo até que a fúria azul e branca despedaçasse a defesa belenense. De facto, os primeiros vinte minutos confirmaram isso. Duas dezenas de minutos em que o Porto assaltou a baliza de Marco, em que jogou intensa e apaixonadamente, em que criou oportunidades sucessivas de golo, em que concretizou por Adriano, em que deliciou a plateia azul e branca e a deixou inchada de orgulho.
Seguiu-se um momento de apreesão que culminou em alívio. Se o jogo se iniciara rápido e enérgico, os últimos vinte e cinco minutos foram potenciadores de orações capazes de ir contra o adormecimento quase total. É prática comum rezar e dormir em seguida, mas aqui convinha fazer exactamente o contrário: rezar para não dormir. Os salmos entoados pelos devotos do Dragão tentavam isso: ao mesmo tempo que se louvava os homens em campo tentava-se despertá-los para a missão que tinham de cumprir. O Belenenses, por sua vez, esquecia o cansaço da incontornável façanha de Quinta-Feira passada, em que garantiu o apuramento para a final da Taça de Portugal e consequente acesso à Taça UEFA da próxima época. Os minutos corriam vagarosos e os homens dos pastéis pareciam preparar uma revolta. Emanciparam-se no jogo e aproveitaram uma certa passividade dos guerreiros da Invicta, para trocarem a bola. Todavia, se alguma preocupação levitava no ar, ela pareceu evaporar-se quando o árbitro assinalou bem uma grande penalidade a favor do Porto. O cronómetro assinalava 45 minutos. Era, portanto, o momento ideal para Lucho González se encarregar de sossegar os corações tripeiros e injectar mais uma dose de confiança nas veias dos azuis e brancos. Lucho converteu o penalty e garantiu que o Porto sairia para o intervalo com uma vantagem confortável, fazendo crer que em breve se alcançaria o Paraíso e tudo à custa das boas prestações terrenas.
Iniciou-se a 2ª parte e, com ela, surgiu um segundo momento de desassossego que terminaria em consolo. Nivaldo vestiu a pele de diabo e castigou o Porto com um golo aos 50 minutos. Faltava uma eternidade para o fim do jogo. Estava mais do que visto que se o Porto continuasse com a mesma postura do final da 1ª parte, então iria assistir-se a uma longa e penosa caminhada com a cruz às costas. Por norma, o segundo período do jogo é o menos bom do Porto e o facto de ter de segurar uma vantagem mínima era sintomático das possíveis dificuldades por que podia passar. Porém, o Belenenses ficou-se por uma interessante troca de bola e pouco mais. Se bem que esse pouco mais podia ter tido consequências enormes. Apesar de o Porto não ter conseguido manter o nível exibicional do início da partida, foi criando boas jogadas e mais oportunidades de ampliar a vantagem. Em dois lances, Adriano atirou por duas vezes à barra. Depois de ter trabalhado bem em busca de um bom resultado, o Porto quase deitava tudo a perder no minuto 80. Numa desconcentração, Lucho González errou um passe e Fernando não enjeitou a possibilidade de seguir sozinho em direcção à baliza. Bosingwa ainda o tentou acompanhar, mas Fernando já se tinha adiantado o suficiente para rematar e fazer a bola passar a centímetros do poste esquerdo da baliza de Helton. Seguiu-se um momento arrepiante no Dragão. Numa altura em que o Beleneses podia ter arruinado a noite do Porto, o público chamou a si o protagonismo e não deixou cair os jogadores no desalento, nem no adormecimento, nem em nenhuma outra coisa menos positiva. Do minuto 80 até ao fim do jogo, assistiu-se a um verdadeiro momento de união entre a equipa e os adeptos. As gargantas portistas nem roucas pararam de apoiar o Porto. Essa pulsão positiva acabaria por estimular o Porto, que aos 86 minutos, sentenciaria definitivamente o jogo. Na sequência de um canto cobrado por Quaresma, Bruno Alves cabeceou para o fundo das redes de Costinha e selou a vitória do Porto.
Momento da verdade: o Porto foi a melhor equipa e ganhou justamente. Fernando ameaçou tornar-se numa cruz difícil de suportar. Quer pela injustiça que seria o empate, quer pela infelicidade de Lucho González. Mas o que começou bem, acabou de igual forma. O Porto venceu o clube da Cruz de Cristo e agora faltam mais quatro passos para estar concluída esta verdadeira profissão de fé. Todo o sofrimento será compensador se se alcançar a glória nestas últimas quatro passadas. Falta muito pouco para se descortinarem os segredos do destino. E por mais cruzes que sejam colocadas no nosso Clube e no nosso Presidente, haverá sempre vida para além delas.
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