O Porto venceu o Marselha, repondo assim a justiça que faltara no Vélodrome. A vitória foi bastante suada, fruto da boa organização marselhesa, que ocupou bem o meio-campo e fechou os corredores laterais. Com as entradas de Postiga e Bolatti, o Porto passou a dominar o adversário, carburando melhor o seu futebol. E o Porto já é líder do Grupo A da Champions League.
Esta partida ficou indelevelmente marcada pelo golo de Tarik. Todos os adjectivos para classificar este golo serão escassos. O marroquino pegou na bola a meio-campo, ultrapassou três adversários, arrancou a toda a velocidade para a baliza, passou pelo meio dos dois últimos defensores do Marselha, contornou o guarda-redes e enviou a bola para o fundo da baliza do Olympique. Alá é grande!
Embalado e iluminado por esta maravilhosa bênção, o Porto pressionou o Marselha, na expectativa de ser novamente prendado. Esteve iminente esse acontecimento. Pena que o árbitro tivesse ignorado uma falta de Taiwoo sobre Quaresma dentro da grande-área. Caso tivesse assinalado o penalty o Porto poderia ter chegado ao intervalo com dois golos de vantagem.
Foi pena o FCP entrar na segunda parte só com um golo de vantagem. Causou ainda maior mágoa porque o Marselha empatou quando estavam decorridos apenas dois minutos após o regresso dos balneários. Pior só mesmo ter de ver Niang festejar o seu golo, pois merecia ter sido expulso no Vélodrome, estando assim excluído deste jogo. O que é certo é que Niang fez dois golos em dois jogos contra o Porto.
Os jogadores lutavam mas faltava qualquer coisa para se chegar ao golo. Lisandro teve a energia do costume, mas não tinha fabricado nenhuma oportunidade. Quaresma não consegue (ainda) tirar da cartola aqueles números mágicos mas o seu lugar no onze é inquestionável, pois nunca se sabe quando vai começar o espectáculo. Cech era uma unidade em claro défice de forma. Raul Meireles desdobrava-se a defender e a atacar, sem conseguir uma produção assinalável, pois era o meio-campo do Marselha que dominava o jogo. Assim sendo, as entradas de Postiga e Bolatti foram fundamentais para o Porto ganhar o domínio do jogo. Foi já com o Porto na mó de cima que Lisandro cabeceou com estrondo à trave, após cruzamento de Quaresma. A justiça tardava, mas sentia-se que o Porto estava protegido pelos céus. Bastava ter paciência.
Sete morosos minutos separaram a jogada de ensaio da jogada que daria a vitória ao Porto. Quaresma na direita solicitou Lisandro. O argentino elevou-se, cabeceou a bola e fê-la beijar as redes de Mandanda. Caprichosamente, a bola ainda bateu na trave antes de entrar. Dois potentes remates de Postiga e Fucile ainda fizeram salivar os portistas, que estavam sôfregos por adoçar ainda mais a boca com golos de gabarito. Ficaram assinaladas as iniciativas. O primeiro lugar estava alcançado.
Tarik Sektioui foi unanimemente considerado o homem do jogo. Aqueles segundos ficaram na retina e a memória, mesmo com a sua criteriosa selectividade, não irá apagá-los nunca. Tarik, aquando da sua substituição, foi aplaudido de pé por todo o estádio. Desde o início da época que Tarik vem caindo nas boas graças dos portistas, pela forma abnegada e resoluta que adopta quando veste a camisola do FC Porto. Esse período foi sendo uma espécie de embalo para se atingir um corolário. Ontem, o génio soltou-se definitivamente. A partir deste golo tudo é passível de ser realizado. O génio saiu da sua lâmpada, aproveito para lhe pedir os três desejos da praxe. Anota aí, Tarik: Tricampeonato, Taça de Portugal e (Quartos-de-)Final da UEFA Champions League.
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