A nação portista está naturalmente em estado de choque. O Porto saiu vergado de Liverpool por uma contundente derrota. O score de 4-1 constitui o segundo pior de sempre nas deslocações a Inglaterra. Exasperante, foi ver o Porto sofrer três (!!!) golos nos últimos doze minutos de jogo! O Liverpool teve mérito na concretização dos golos, obviamente. A vitória é justa, mas a robustez do resultado parece-me exagerada.
O histórico de confrontos do Porto com as equipas inglesas não é muito famoso. O melhor que o Porto conseguiu foi empatar em Old Trafford no ano em que se sagrou Campeão da Europa pela segunda vez na sua História. Na Invicta o Porto nunca perdeu com equipas inglesas. Mas fora a conversa infelizmente é outra. Eram esperadas dificuldades, até porque o Liverpool tinha obrigatoriamente de vencer para continuar a sonhar com a passagem à próxima fase da Champions League. No desenrolar do jogo vislumbrou-se que o equilíbrio foi a nota dominante. Se a partida tivesse acabado ao minuto 77, colocaria-se «equilíbrio» seguido de ponto final e parágrafo e assim se caracterizaria este jogo. Porém, a partir do minuto 78 do jogo de ontem assisti a alguns dos minutos mais infernais da minha vida de adepto.
A primeira parte foi boa. O Liverpool adiantou-se no marcador por intermédio de Fernando Torres, numa das pechas do FC Porto: os lances de bola parada. O Porto não se deu por vencido e procurou jogar sem complexos em busca do empate. Kaz efectuou um belo cruzamento a que Lisandro correspondeu com um espectacular cabeceamento por entre os centrais do Liverpool. Um belíssimo movimento de Lisandro. Três minutos depois, Lisandro poderia ter estabelecido a reviravolta no marcador, mas a bola passou a centímetros do poste de Reina. O Porto provava que não se deixara abater pelo golo do Liverpool e quase saía para o intervalo em vantagem. Na segunda parte o equilíbrio manteve-se até ao tal minuto 77. Fernando Torres avançou até à baliza de Helton, passou pelo azarado Stepanov e desfeiteou Helton. Stepanov, que deve seriamente ir a uma bruxa, cometeu ainda uma grande penalidade sobre Hyypia. O lance é confuso e suscita dúvidas, parecendo que é o central do Porto que sofre falta. No entanto, Gerrard não enjeitou a oportunidade de fazer o 3-1. Na sequência de um canto, Crouch marcou o último golo da partida. É difícil entender como foi possível sofrer três golos em doze minutos.
Nas contas do grupo A este resultado não provocou mossa. O Porto continua em primeiro com todas as possibilidades de seguir em frente na prova. Receberá em casa o Besiktas e é claramente favorito à vitória. No plano interno, o Porto pouco tempo terá para pensar nesta derrota, uma vez que terá de preparar o Clássico de Sábado com o Benfica. O que pode ser bom, porque depois de uma contrariedade quer-se sempre que o jogo seguinte chegue rápido para de certa forma se rectificar o jogo menos conseguido. De facto, perder por 4-1 custa muito. Não é normal para o Porto. Creio mesmo que só uma vitória na Luz poderá atenuar esta derrota. Baixar os braços, nunca! Desistir à primeira adversidade, jamais! Por isso, compensem-nos lá com uma vitória na Luz, se fazem favor.
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