domingo, 2 de dezembro de 2007

Obrigado, Campeões de Portugal!

O super-hiper-mega moralizado Sport Lisboa e Benfica não conseguiu, no seu estádio e perante os seus adeptos, bater o Futebol Clube do Porto. Este facto é deveras surpreendente. Quem escutou ou leu as declarações dos jogadores do Benfica, após o seu jogo com o Milan, terá pensado que estes reds seriam do mesmo calibre dos de Liverpool, quiçá mais letais! Então, empolgados pela desgraça alheia, pela sua própria eliminação da Champions League, pela incógnita continuação nas provas da UEFA e, não menos importante, pelo empate com o Milan em gestão de esforço, o SLB carregava a obrigação de esmagar o FC Porto! Mas isso não aconteceu, obviamente. O Porto ganhou com toda a normalidade. Aliás, ganhou muito bem e com muita classe.

Benfica, já foste grande. Naquele tempo em que não invejavas o Liverpool e eras tu, de facto, o verdadeiro red. Época em que não precisavas de apregoar aos sete ventos que eras o melhor porque o demonstravas em campo. Nós, FC Porto, não começamos a ganhar ontem, já nos iniciámos nessas andanças há muito tempo. Convém sublinhar que não é o nosso historial que inclui um marco tão notável como o do dia 25 de Novembro de 1999! Te recuerdas, Benf7ca?

Esquecendo as técnicas oratórias em que o SLB é muito bom, o Porto confirmou no relvado que é a melhor equipa portuguesa. Pedia-se entrega, raça, mística e, sobretudo, uma vitória. Efectivamente tudo isso se materializou, para desgraça de todos os Beatles que cantavam no estádio pelo SL Benfica. O Porto está bem vivo. Os atletas de Jesualdo Ferreira tiveram uma noite infeliz em Liverpool, mas a vitória em Lisboa é como uma vitamina que restaurará a normal vitalidade e confiança no grupo. Somos os primeiros na Liga e no grupo A da Champions League e detemos ainda a invencibilidade no campeonato português. Razões mais do que suficientes para colocar os adversários em sentido, bem como todos os críticos de meia tigela que indecorosamente tentam minimizar as vitórias do Porto e denegrir as pessoas afectas a este clube.

Quaresma deu-lhes uma lição, marcando um golo «à Quaresma». Encarou David Luiz, deu-lhe um nó cego, ficou com a baliza à frente e.......... “toma lá trivela, Quim!”. Fantástico. Soberbo. Espectacular. Uma autêntica ciganice para as papoilas saltitantes. Foi só um golo a decidir o Clássico, mas certamente que até os benfiquistas aprovaram no seu subconsciente aquele golo. Antes disso, Tarik, Quaresma e Lisandro já tinham manifestado vontade em encontrar-se com os golos. Quim esteve muito bem a defender os chutos de Lisandro e Quaresma. Por sua vez, Tarik rematou um nadinha ao lado do poste da baliza encarnada. Oportunidades que não se consumaram mas que serviram como motivação e provaram que era perfeitamente possível chegar à Luz, pegar no jogo, dominá-lo e marcar. E bastou um golo para sair de Lisboa com uma vitória. Este campeonato ainda não é azul e branco, mas é importante recordar aos mais distraídos, principalmente os conotados com o encarnado, que os Bicampeões Nacionais somos nós! A vantagem de sete pontos sobre o segundo classificado é nossa! Não há motivos, então, para não nos auto-considerarmos os favoritos à vitória final no campeonato.

Neste jogo, particularmente na segunda parte, o Porto mostrou que é um verdadeiro colectivo. A equipa mostrou uma união ímpar, exclusividade dos grandes Campeões. Pedro Emanuel foi o exemplo perfeito dessa bravura ao jogar com a face em muito mau estado durante todo o encontro. O Benfica tentou correr atrás do prejuízo mas foi sempre barrado pelos irredutíveis tripeiros. Muita galhardia, muita cooperação. Um jogo do Porto e «à Porto».

No texto que redigi após o desaire em Liverpool, referi que só uma vitória na Luz atenuaria a derrota em Inglaterra. Os jogadores do FC Porto revelaram-se briosos, não baixaram os braços, não desistiram e foram prendados com o sucesso na Capital. Neste momento, todos os portistas se sentem recompensados pelo facto de a Luz nos mostrar com mais nitidez o caminho do Tri. Mesmo nas derrotas como a do Liverpool, o amor pelo Porto deve ser difundido. O Porto não deve nunca ser beliscado por nós, adeptos do clube. Porque como ontem ficou demonstrado, a inveja vermelha está mais unida que nunca contra nós e não pára de aumentar!

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