sábado, 22 de dezembro de 2007

Nacional surpresa

O Porto perdeu pela primeira vez na Liga 2007/08. Alguma vez teria de acontecer. O Nacional impôs a primeira derrota aos Bicampeões Nacionais. Lipatin já é uma das figuras da Liga, mesmo que não faça nada mais nada de relevante até ao fim do campeonato. Para a história ficam catorze jornadas sem dissabores derrotistas. A liderança, essa, continua naturalmente azul e branca.

A liderança incontestável do Porto permitia-lhe aterrar na Madeira sem grandes sobressaltos. O segundo classificado ainda estica bastante o pescoço para vislumbrar o Porto. Porém, era conveniente não dar azo a grandes esperanças a quem vem atrás. Só a vitória interessava até para concluir o ano velho em beleza. Esse era o propósito, mas em certas partes do jogo a atitude não foi similar.

O Porto dominou o jogo mas não criava incómodos a Diego Benaglio. O Porto ficava-se por meras intenções. Prometia que marcava no lance seguinte, mas noventa minutos passaram-se e nada. Alguns atletas do Porto escusavam de levar tão a sério os mandamentos do Natal. Postiga então trajou-se a rigor e, depois deste jogo, não faltarão madeirenses a pedir-lhe mais prendas. Hélder Postiga, um verdadeiro Pai Natal madeirense. Começa a ser difícil a vida de Postiga neste FC Porto. Este não foi um jogo mau dele. Este foi o enésimo jogo consecutivo mau de Postiga. Quando não se quer ser um jogador «à Porto», o melhor é exibir-se «à Postiga» noutro clube.

Não obstante a desinspiração colectiva, alguns jogadores procuraram individualmente remar contra maré. Diego Benaglio esteve muito bem e não permitiu que o Porto concretizasse. O Nacional, por sua vez, aproveitou bem um erro do Porto para facturar. Lipatin desferiu um remate indefensável. Um grande golo que roubou a invencibilidade ao Porto. Evocando “amigos do alheio”, a prestigiadíssima classe portuguesa dos homens do apito esteve bem representada na Choupana. Quer isto dizer que as decisões do trio tiveram influência directa no resultado. Minuto 54, pois claro. Vindo de quem vem, não é nada a que não estejamos habituados.

O Porto perdeu e deve-se salientar o feito do Nacional. Da parte do Porto, o trabalho desenvolvido pela generalidade dos atletas deveria ser coroado, no mínimo, com um empate. O Porto pode queixar-se de algum azar e do resto. Como diria Octávio: «Vocês sabem do que eu estou a falar». No entanto, o primeiro lugar é nosso. Esta derrota deverá servir para o Porto redobrar cuidados, tendo de estar vigilante na defesa da vantagem que tem sobre os "primeiros dos últimos". Que 2008 seja mais um ano do Dragão!

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