Pepe partiu para o Real Madrid, enriquecendo ainda mais o clube espanhol. Consequentemente, o Porto fica, no plano desportivo, mais pobre. O central luso-brasileiro foi um dos grandes obreiros do Futebol Clube do Porto Bicampeão Nacional 2005/07. Pepe chegou há três anos à Invicta, proveniente do Marítimo. Nas primeiras oportunidades no FCP, Pepe foi acusado pela crítica e pelos adeptos de ser demasiado agressivo, viril e atabalhoado. Certamente que aos 21 anos de idade ninguém pode ser perfeito. Pepe não o era. Trabalhado e moldado à nova realidade, Pepe explodiu, limando as suas qualidades e corrigindo o que de menos bom fizera. Um jogador faz-se no relvado, fazendo jogos. Foi isso que aconteceu na época 2005/06, em que Pepe foi uma aposta contínua de Co Adriaanse. Pepe mostrou velocidade, segurança, uma impressionante força física, uma capacidade de desarme invulgar, um excelente jogo de cabeça, revelando inteligência na leitura do jogo e não temendo sair com a bola a jogar. Pepe cresceu. Muito e depressa. Os últimos dois anos foram muito bons. Pepe manteve uma regularidade excepcional. A enorme vontade de vencer aliada ao espírito de sacrifício foram predicados que o transformaram num jogador «à Porto». Pepe é daqueles que prefere quebrar do que torcer. Agora no Real Madrid, Pepe merece tudo de bom, mas espero que “torça” por nós sempre e que “quebre” de rendimento se algum dia tiver de jogar contra o Porto.
Quando se tornou profissional de futebol, Ricardo Costa era considerado um dos mais promissores futebolistas da sua geração. Nas camadas jovens do FC Porto e nas selecções nacionais jovens, Ricardo Costa assumia um lugar de destaque. Capitaneou a selecção sub-21 de Portugal jogando ao lado de....Bruno Alves. Na era José Mourinho, Ricardo Costa mostrou uma polivalência que o levou a atingir a titularidade por diversas vezes. Recorde-se que, por exemplo, jogou a final da Taça UEFA, em Sevilha, após Costinha se ter lesionado logo no início da partida. Nesse tempo, Ricardo Costa era um jogador seguro, tranquilo, que apesar de não jogar muitas vezes na sua posição cumpria bem sempre que era chamado para ocupar outras zonas do terreno defensivo. Após a saída de José Mourinho do Porto, que augurou que Ricardo Costa seria um dos melhores centrais de Portugal, Ricardo Costa entrou num lento processo de estagnação ou mesmo regressão, em que foi perdendo notoriedade dentro do plantel. Chamado ocasionalmente, Ricardo deixou transparecer uma insegurança e uma pressão nunca antes vista. No início desta última época, Ricardo Costa recebeu a mítica camisola número 2 e era um dos capitães de equipa. Tudo isto fazia aumentar a responsabilidade de Ricardo Costa no seio do grupo, demonstrando, ao mesmo tempo, que a equipa técnica confiava nas capacidades do central português. Certo é que Ricardo Costa não foi particularmente feliz sempre que foi chamado. Ansiedade, nervosismo, pressão, peso da camisola e ainda as novas funções terão prejudicado o seu desenvolvimento técnico, quando tudo deveria funcionar precisamente ao contrário, alternando exibições razoáveis com outras menos boas. Ricardo Costa saiu do Porto com destino ao Wolfsburgo. Ricardo nunca escondeu o seu amor pelo Porto, sendo um exemplo no respeito pela camisola e pelos adeptos. Ricardo Costa merece ser feliz noutras paragens, já que não o conseguiu ser totalmente no Porto. Ricardo Costa saiu do Porto, mas certamente o Porto não lhe sai do coração. Viel Glueck, Ricardo Costa.
Hugo Almeida vinculou-se em definitivo ao Werder Bremen, depois de ter permanecido um ano na Alemanha por empréstimo do FC Porto. Preterido por Co Adriaanse no início da última época, a saída do holandês e a entrada de Jesualdo Ferreira levaram o Porto a tentar abortar o empréstimo aos de Bremen. Todavia, o clube alemão não quis “devolver” o internacional português. Sendo assim, Hugo Almeida fez uma boa temporada no Werder Bremen que valeu o accionar da cláusula de compra do seu passe pelos germânicos, estipulada na altura do empréstimo. Hugo Almeida rendeu cerca de 4 milhões de euros ao FC Porto. No entanto, fica a sensação de que o avançado português poderia ter sido melhor aproveitado desportivamente no FC Porto. Internacional, ponta-de-lança, com características que rareiam no futebol luso, formado no Porto, Hugo Almeida partiu sem ter deixado uma grande marca no clube. No entanto, saliente-se que Hugo Almeida inscreveu o seu nome na História do FC Porto ao ter assinalado o segundo golo na partida Porto-Barcelona que inaugurou o Estádio do Dragão.
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