sábado, 22 de dezembro de 2007

Nacional surpresa

O Porto perdeu pela primeira vez na Liga 2007/08. Alguma vez teria de acontecer. O Nacional impôs a primeira derrota aos Bicampeões Nacionais. Lipatin já é uma das figuras da Liga, mesmo que não faça nada mais nada de relevante até ao fim do campeonato. Para a história ficam catorze jornadas sem dissabores derrotistas. A liderança, essa, continua naturalmente azul e branca.

A liderança incontestável do Porto permitia-lhe aterrar na Madeira sem grandes sobressaltos. O segundo classificado ainda estica bastante o pescoço para vislumbrar o Porto. Porém, era conveniente não dar azo a grandes esperanças a quem vem atrás. Só a vitória interessava até para concluir o ano velho em beleza. Esse era o propósito, mas em certas partes do jogo a atitude não foi similar.

O Porto dominou o jogo mas não criava incómodos a Diego Benaglio. O Porto ficava-se por meras intenções. Prometia que marcava no lance seguinte, mas noventa minutos passaram-se e nada. Alguns atletas do Porto escusavam de levar tão a sério os mandamentos do Natal. Postiga então trajou-se a rigor e, depois deste jogo, não faltarão madeirenses a pedir-lhe mais prendas. Hélder Postiga, um verdadeiro Pai Natal madeirense. Começa a ser difícil a vida de Postiga neste FC Porto. Este não foi um jogo mau dele. Este foi o enésimo jogo consecutivo mau de Postiga. Quando não se quer ser um jogador «à Porto», o melhor é exibir-se «à Postiga» noutro clube.

Não obstante a desinspiração colectiva, alguns jogadores procuraram individualmente remar contra maré. Diego Benaglio esteve muito bem e não permitiu que o Porto concretizasse. O Nacional, por sua vez, aproveitou bem um erro do Porto para facturar. Lipatin desferiu um remate indefensável. Um grande golo que roubou a invencibilidade ao Porto. Evocando “amigos do alheio”, a prestigiadíssima classe portuguesa dos homens do apito esteve bem representada na Choupana. Quer isto dizer que as decisões do trio tiveram influência directa no resultado. Minuto 54, pois claro. Vindo de quem vem, não é nada a que não estejamos habituados.

O Porto perdeu e deve-se salientar o feito do Nacional. Da parte do Porto, o trabalho desenvolvido pela generalidade dos atletas deveria ser coroado, no mínimo, com um empate. O Porto pode queixar-se de algum azar e do resto. Como diria Octávio: «Vocês sabem do que eu estou a falar». No entanto, o primeiro lugar é nosso. Esta derrota deverá servir para o Porto redobrar cuidados, tendo de estar vigilante na defesa da vantagem que tem sobre os "primeiros dos últimos". Que 2008 seja mais um ano do Dragão!

14ª Jornada da Liga: Nacional 1-0 FC Porto

Estádio da Madeira










Nacional: Diego Benaglio; Patacas, Felipe Lopes, Cardozo e Alonso;Cléber, Ávalos e Juliano Spadacio; Juninho (Zé Vítor, 67’), Lipatin (João Coimbra, 84’) e Adriano (João Moreira, 56’).

Treinador: Predrag Jokanovic

FC Porto: Helton; Bosingwa, Pedro Emanuel, Bruno Alves e Fucile; Paulo Assunção, Raul Meireles (Leandro Lima, 67’) e Lucho González; Hélder Postiga (Adriano, 61’), Lisandro e Mariano (Kaz, 79’).

Treinador: Jesualdo Ferreira

Marcadores: 1-0, Lipatin (59m)

Disciplina: cartão amarelo a Felipe Lopes (53m e 88m), Cléber (65m) e PauloAssunção (86m). Cartão vermelho, por acumulação, a Felipe Lopes (88m).

Melhor em campo: Lipatin

terça-feira, 18 de dezembro de 2007

Passo a palavra (6)

«Não o digo para me gabar, mas a minha carreira foi verdadeiramente brilhante: eu ganhei quase tudo o que havia para ganhar e esses títulos perpetuarão o meu nome ao longo do tempo. Uma carreira depende de títulos e eu ganhei muitos e ninguém me pode tirá-los.»

Vítor Baía in www.fifa.com

domingo, 16 de dezembro de 2007

O trono é nosso!

O Porto venceu o Vitória de Guimarães por 2-0. Retornado ao escalão principal do futebol português, o Vitória vem-se exibindo em bom nível nesta edição da Liga 2007/08. Na Invicta, o Guimarães mostrou argumentos condizentes com a posição que ocupa na Liga mas o Porto também. Ou seja, o Porto mostrou o porquê de liderar tão folgadamente. A vitória foi difícil, mas perfeitamente justificada.

O Porto podia ter resolvido a sua vida bem cedo e notou-se que era mesmo isso que queria fazer. Quaresma e Tarik dispuseram de ocasiões flagrantes para facturem. Incríveis as perdidas de ambos. O que vale é que é Natal para nós, adeptos, podermos evocar aquele perdão tão consolador resultante do bom comportamento da rapaziada durante todo o ano. Depois de ter falhado a entrega de duas “prendas” ao Guimarães, esperava-se uma segunda parte plena de concretização por parte do Porto. E não é que os rapazes da Invicta ofereceram a si próprios duas prendas na segunda parte?

Pois bem, o futebol do Porto, na segunda metade, aqueceu definitivamente com golos. Todavia, segundos antes de Tarik animar o marcador, Alan obrigou Helton a uma defesa espectacular! Sem palavras. Como que inspirado pelo colega de equipa, Tarik marcou logo de seguida o primeiro golo do FC Porto, redimindo-se do falhanço dos primeiros quarenta e cinco minutos. O Porto dominava a contenda, fazendo uma gestão do resultado. Mas como não se perde nada em marcar mais um, Lisandro lá acrescentou mais um “golito” à sua conta pessoal. Este argentino é de uma raça incrível!

O Porto ganhou contra um adversário valoroso, que esteve fortemente apoiado pelos seus adeptos. No entanto, o Porto revelou, mais uma vez, todo o seu brio e toda a sua fortaleza. Nesta batalha, estilo medieval, que é o futebol português, o Porto transparece toda a sua nobreza, toda a estirpe, própria de quem tem um coração que irriga pelas veias sangue azul. O trono do futebol português é nosso, o Porto é Rei de Portugal! Não haverá nevoeiro que encubra essa evidência. Nem nevoeiro, nem fumo, nem apitos, nem assobios, nem calores da noite. Aliás, com esta vaga de frio, as vitórias do Porto são ideais para aquecer os nossos corações. Consta-se que para os lados da Segunda Circular as temperaturas rondam os dez graus negativos ou mesmo mais, dependendo da zona. Agasalhem-se bem! «Para todos um bom Natal, que seja um bom Natal para todos vós...»!

13ª Jornada da Liga: FC Porto 2-0 Guimarães

Estádio do Dragão, Porto

36 812 espectadores










FC Porto: Helton, Bosingwa, Pedro Emanuel, Bruno Alves e Cech; Lucho (Mariano, 75’), Paulo Assunção e Raul Meireles (Bolatti, 68’); Tarik (Adriano, 79’), Lisandro e Quaresma.

Treinador: Jesualdo Ferreira

Guimarães: Nilson; Andrezinho, Geromel, Sereno e Desmarets; Flávio Meireles, João Alves (Carlitos, 74’) e Fajardo; Alan, Miljan e Ghilas (Targino, 59’).

Treinador: Manuel Cajuda

Marcadores: 1-0, Tarik (55m); 2-0, Lisandro (73m)

Disciplina: cartão amarelo a Ghilas (13m), Quaresma (37m) e Flávio Meireles (82m).

Melhor em campo: Lucho

quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

FC Porto: o Mundo na ponta da chuteira!


13 de Dezembro de 1987. Tóquio, Japão. Há exactamente vinte anos, o Porto sagrava-se, pela primeira vez, Campeão do Mundo. O Porto venceu o Peñarol do Uruguai por 2-1 após prolongamento. Perante um intenso nevão e com um relvado em estado lastimável, os bravos jogadores do Porto tiveram de convocar todas as suas energias para se gladiarem contra o valoroso adversário e contra o tempo. Apelando à crença divina e suportados pelo espírito de grupo, os atletas do FC Porto conseguiram superiorizar-se ao adversário, tendo, para isso, valido os golos de Fernando Gomes e Madjer. Viera apontou o golo do Peñarol que permitiu o prolongamento, mas foi insuficiente para impedir o Porto de trazer a Taça Intercontinental para Portugal. O Porto é o único clube português que conseguiu sagrar-se Campeão do Mundo, possuindo duas Taças Intercontinentais. Únicos em Portugal, privilegiados no Mundo!

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

FC Porto: o Mundo nos seus pés!



12 de Dezembro de 2004. Yokohama, Japão. O Porto sagrou-se Campeão do Mundo pela segunda vez na sua História, ao derrotar o Once Caldas da Colômbia. Os noventa minutos regulamentares foram frenéticos e de muito azar para o Porto, que conseguiu a proeza de acertar três vezes nos postes antes do intervalo e viu ainda um golo limpo de McCarthy ser, na segunda parte, injustamente anulado. McCarthy que ainda veria um chuto seu esbarrar com estrondo na trave da baliza do Once Caldas. No desempate por grandes penalidades, o Porto encontrou a felicidade que deveria ter encontrado nos noventa minutos de jogo. Pedro Emanuel foi o herói que cobrou a grande penalidade decisiva da última edição da Taça Intercontinental. Maravilhoso ano de 2004....

Passadeira azul para Port(o)gal!

Está feito! O Porto apurou-se para os oitavos-de-final da Champions League, após vencer o Besiktas da Turquia. Quando um empate bastava para seguir em frente, o Porto esmerou-se na aplicação e imprimiu um ritmo que foi fatal para o Besiktas. O treinador do Besiktas bem que pode agradecer a Rustu, guarda-redes dos turcos, por só ter sofrido dois golos. À parte disso, o Porto jogou um futebol atraente, deliciando, muitas vezes, a plateia do Dragão. A satisfação é total já que o Porto passa à próxima fase no primeiro lugar do grupo A, à frente de Liverpool, Marselha e Besiktas.

O estilo imposto pelo Porto foi importante na medida em que a equipa não dava mostras de se contentar com o empate, que lhe servia para se apurar. Vestir a camisola do FC Porto, disputar a maior liga do Mundo e não entrar em campo para vencer não faz qualquer sentido. É quase como ver outra equipa que não o Porto a representar consecutivamente Portugal na Champions League. Assim, o Porto mostrou verdadeiramente a mentalidade que vigora a Norte de Portugal e lutou pela vitória como se dependesse dela. Na verdade, as vitórias, particularmente na Champions League, alimentam a ambição dos clubes e jogadores, fazem com que os adeptos apresentem inchaços no ego e, não menos importante, enchem os cofres das sociedades desportivas, qual Euromilhões futebolístico.
Os turcos provaram, no Dragão, que não são uma grande equipa. Há um ou outro jogador que se destaca, mas a maior parte não ultrapassa a mediania, principalmente a nível defensivo. Tarik e Quaresma encarregaram-se de martirizar este ponto débil do Besiktas. Bosingwa esteve igualmente em destaque a nível ofensivo, executando alguns cruzamentos que causaram o pânico nos de Istambul. Quem se pôde queixar com justa causa foi Lisandro, que viu anulado um golo perfeitamente legal. Todavia, o seu compatriota Lucho González foi generoso o suficiente para lhe dedicar o passo de tango (ou tanga?) que hipnotizou Rustu. Sem arrogância, pode salientar-se que o jogo foi, do princípio ao fim, dominado pelo FC Porto. O Besiktas só jogou aquilo que o Porto deixou. Esta análise remete para o curioso facto de internamente o Porto jogar semanalmente contra si mesmo, como se o maior rival do Porto fosse o próprio Porto. Para se continuar a liderar à distância, a motivação terá de estar sempre no auge. Neste particular, a moral de Ricardo Quaresma deverá ter atingido o cume do Evereste. À boa exibição, o Mustang aliou um golo de excelência, provando estar num momento de forma propício à realização de magia. Mas não foi só Quaresma, é justo que se realce todo o colectivo que está atingindo um estádio de grande qualidade técnica e táctica. Tudo isto sustentado com vitórias.

Dependíamos de nós para passar à fase seguinte da Champions League e cumprimos. No campeonato dependemos de nós para a conquista do ceptro. No final, ver-se-à se almejamos o sucesso. Mas como a ocasião é de celebração para com o Rei de Portugal que arrasa na Europa, podem estender a passadeira ao Mui Nobre FC Porto. Passadeira vermelha? Não, essa cor já não representa as tendências da moda futebolística portuguesa na Liga dos Campeões. Estendam a azul, por favor. Sim, esse mesmo azul que não está na bandeira portuguesa, mas que será mais uma vez a cor a representar Portugal. Esqueçam o verde, esqueçam o vermelho, ponham é a bandeira do Porto a enfeitar a vossa janela, como mandou o outro. O Porto merece e dedica os seus sucessos a todos os portugueses, como aliás o faz desde sempre. Não é só pronunciar o factor congregador que as vitórias do Porto provocam nos portugueses, é mais do que isso. É sublinhar com traço grosso que “Daqui Houve Nome Portugal!”.

terça-feira, 11 de dezembro de 2007

Champions League Grupo A: FC Porto 2-0 Besiktas

Estádio do Dragão, Porto

39 608 espectadores










FC Porto: Helton; Bosingwa, Pedro Emanuel, Bruno Alves e Fucile (Cech, 75’); Lucho (Bolatti, 81’), Paulo Assunção e Raul Meireles; Tarik (Postiga, 73’), Lisandro e Quaresma.

Treinador: Jesualdo Ferreira

Besiktas: Rustu; Tandogan, Toroman, Mercimek e Uzulmez; Ozkan, Cissé e Tello (Higuaín); Delgado, Bobo e Yilmaz (Akin, 46’).

Treinador: Ertugrul Saglam

Marcadores: 1-0, Lucho (44m); 2-0, Quaresma (62m)

Disciplina: cartão amarelo a Quaresma (23m), Rustu (44m), Bobo (64m) e Akin (87m).

Melhor em campo: Rustu

sábado, 8 de dezembro de 2007

As chaves que abrem eliminatórias

O Porto encontrou as chaves que lhe permitem abrir a porta de uma eliminatória, a primeira bem sucedida da era Jesualdo Ferreira. O timoneiro do grémio azul e branco tem razões para estar contente pois o seu grupo foi sério e humilde no embate com o Grupo Desportivo de Chaves. Postiga e Adriano marcaram, aumentando assim o leque de opções válidas para Jesualdo Ferreira.

Este foi um jogo que fez desfiar memórias antigas. Porto e Chaves têm um apimentado histórico de encontros disputados. A cidade flaviense recebeu, desta vez, com simpatia o FC Porto e os seus adeptos. O Estádio Municipal de Chaves encheu para receber os Bicampeões Nacionais. Sem transmissão televisiva, os supporters do FC Porto que não puderam deslocar-se a Chaves tiveram de contentar-se com a auscultação via rádio. Confesso que é-me difícil acompanhar deste modo as incidências de um jogo. Parece-me que os relatadores exageram sempre na narração do jogo. Um lance aparentemente trivial transforma-se, na boca deles, numa situação de golo iminente. Haja coração (e ouvidos) para aguentar as ondas hertzianas. Num outro dia e numa outra hora, esta eliminatória da Taça de Portugal teria reunido ainda melhores ingredientes para ser a verdadeira festa do futebol. E eu teria a possibilidade de dispensar o rádio...

Dentro do campo, o Chaves desejou certamente ser o novo Torrense, Atlético ou Fátima. As alterações operadas por Jesualdo Ferreira também podiam servir de estímulo ao adversário. Todavia, os jogadores do Porto porfiaram seriamente na busca pela vitória. Não obstante a boa réplica do Chaves, o Porto, mesmo jogando com um onze diferente do habitual, conseguiu demonstrar a sua superioridade. A vitória acabou por ser natural. Postiga e Adriano conseguiram finalizações de bom nível. Este triunfo permite ultrapassar, de vez, a barreira psicológica que tolhia o Porto desde a eliminatória perdida contra o Atlético, no Dragão, disputada no ano passado.

Missão cumprida, é o que apetece salientar. O Porto venceu em Chaves, os flavienses receberam bem a comitiva portista e o estádio esteve cheio. Humildade e seriedade, estas são as chaves que abrem eliminatórias. O Porto reencontrou-as agora e garantiu o acesso à ronda seguinte. Com o Jamor no horizonte, esperamos tranquilamente pelo próximo adversário.

sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

Taça de Portugal: Chaves 0-2 FC Porto

Estádio Municipal de Chaves










Chaves: Rui Rego; Nando, Abadito, Ricardo Rocha e Tiago; Luís Vouzela, Bruno Magalhães e Bruno Madeira; Carlos Pinto (Hélder Ferreira, 83'), Inzaghi (Gustavo, 83') e Tiago Martins (Evandro, 63').

Treinador: António Borges

FC Porto: Nuno; Fucile, João Paulo, Pedro Emanuel e Lino; Bolatti, Kaz e Mariano (Lisandro, 75'); Leandro Lima (Lucho, 61'), Hélder Postiga (Cech, 89') e Adriano.

Treinador: Jesualdo Ferreira

Marcadores: 0-1, Postiga (52m); 0-2, Adriano (90m)

Disciplina: cartão amarelo a Ricardo Rocha, Abadito, Luís Vouzela, Hélder Postiga e Adriano.

Melhor em campo: Hélder Postiga

domingo, 2 de dezembro de 2007

Obrigado, Campeões de Portugal!

O super-hiper-mega moralizado Sport Lisboa e Benfica não conseguiu, no seu estádio e perante os seus adeptos, bater o Futebol Clube do Porto. Este facto é deveras surpreendente. Quem escutou ou leu as declarações dos jogadores do Benfica, após o seu jogo com o Milan, terá pensado que estes reds seriam do mesmo calibre dos de Liverpool, quiçá mais letais! Então, empolgados pela desgraça alheia, pela sua própria eliminação da Champions League, pela incógnita continuação nas provas da UEFA e, não menos importante, pelo empate com o Milan em gestão de esforço, o SLB carregava a obrigação de esmagar o FC Porto! Mas isso não aconteceu, obviamente. O Porto ganhou com toda a normalidade. Aliás, ganhou muito bem e com muita classe.

Benfica, já foste grande. Naquele tempo em que não invejavas o Liverpool e eras tu, de facto, o verdadeiro red. Época em que não precisavas de apregoar aos sete ventos que eras o melhor porque o demonstravas em campo. Nós, FC Porto, não começamos a ganhar ontem, já nos iniciámos nessas andanças há muito tempo. Convém sublinhar que não é o nosso historial que inclui um marco tão notável como o do dia 25 de Novembro de 1999! Te recuerdas, Benf7ca?

Esquecendo as técnicas oratórias em que o SLB é muito bom, o Porto confirmou no relvado que é a melhor equipa portuguesa. Pedia-se entrega, raça, mística e, sobretudo, uma vitória. Efectivamente tudo isso se materializou, para desgraça de todos os Beatles que cantavam no estádio pelo SL Benfica. O Porto está bem vivo. Os atletas de Jesualdo Ferreira tiveram uma noite infeliz em Liverpool, mas a vitória em Lisboa é como uma vitamina que restaurará a normal vitalidade e confiança no grupo. Somos os primeiros na Liga e no grupo A da Champions League e detemos ainda a invencibilidade no campeonato português. Razões mais do que suficientes para colocar os adversários em sentido, bem como todos os críticos de meia tigela que indecorosamente tentam minimizar as vitórias do Porto e denegrir as pessoas afectas a este clube.

Quaresma deu-lhes uma lição, marcando um golo «à Quaresma». Encarou David Luiz, deu-lhe um nó cego, ficou com a baliza à frente e.......... “toma lá trivela, Quim!”. Fantástico. Soberbo. Espectacular. Uma autêntica ciganice para as papoilas saltitantes. Foi só um golo a decidir o Clássico, mas certamente que até os benfiquistas aprovaram no seu subconsciente aquele golo. Antes disso, Tarik, Quaresma e Lisandro já tinham manifestado vontade em encontrar-se com os golos. Quim esteve muito bem a defender os chutos de Lisandro e Quaresma. Por sua vez, Tarik rematou um nadinha ao lado do poste da baliza encarnada. Oportunidades que não se consumaram mas que serviram como motivação e provaram que era perfeitamente possível chegar à Luz, pegar no jogo, dominá-lo e marcar. E bastou um golo para sair de Lisboa com uma vitória. Este campeonato ainda não é azul e branco, mas é importante recordar aos mais distraídos, principalmente os conotados com o encarnado, que os Bicampeões Nacionais somos nós! A vantagem de sete pontos sobre o segundo classificado é nossa! Não há motivos, então, para não nos auto-considerarmos os favoritos à vitória final no campeonato.

Neste jogo, particularmente na segunda parte, o Porto mostrou que é um verdadeiro colectivo. A equipa mostrou uma união ímpar, exclusividade dos grandes Campeões. Pedro Emanuel foi o exemplo perfeito dessa bravura ao jogar com a face em muito mau estado durante todo o encontro. O Benfica tentou correr atrás do prejuízo mas foi sempre barrado pelos irredutíveis tripeiros. Muita galhardia, muita cooperação. Um jogo do Porto e «à Porto».

No texto que redigi após o desaire em Liverpool, referi que só uma vitória na Luz atenuaria a derrota em Inglaterra. Os jogadores do FC Porto revelaram-se briosos, não baixaram os braços, não desistiram e foram prendados com o sucesso na Capital. Neste momento, todos os portistas se sentem recompensados pelo facto de a Luz nos mostrar com mais nitidez o caminho do Tri. Mesmo nas derrotas como a do Liverpool, o amor pelo Porto deve ser difundido. O Porto não deve nunca ser beliscado por nós, adeptos do clube. Porque como ontem ficou demonstrado, a inveja vermelha está mais unida que nunca contra nós e não pára de aumentar!

12ª Jornada da Liga: Benfica 0-1 FC Porto

Estádio da Luz, Lisboa

60 116 espectadores










Benfica: Quim; Luís Filipe, Luisão, David Luiz e Leo; Katsouranis (Cardozo, 65’) e Petit; Maxi Pereira (Di Maria, 70’), Rui Costa e Rodriguez; Nuno Gomes (Adu, 78’).

Treinador: José António Camacho

FC Porto: Helton; Bosingwa, Bruno Alves, Pedro Emanuel e Fucile; Paulo Assunção, Lucho González e Raul Meireles (Bolatti, 81’); Sektioui (Postiga, 61’), Lisandro Lopez e Quaresma (Mariano, 69’).

Treinador: Jesualdo Ferreira

Marcadores: 0-1, Quaresma (41m)

Disciplina: Cartão amarelo a Fucile (44m), Sektioui (52m), Katsouranis (63m), Di Maria (76m) e Luis Filipe (90m).

Melhor em campo: Quaresma

sexta-feira, 30 de novembro de 2007

Super Dragões: Since 1986




























"Era um sonho, uma realidade distante, uma missão… Era o início de um projecto, de uma ideia, de um futuro! As ideias eram claras. Apoiar o Futebol Clube do Porto, o nosso clube do coração. Fazer do futebol uma festa e nela participar dando todo o nosso apoio e todo o nosso amor. "

Foi com estes pressupostos que, a 30 de Novembro de 1986, nasceram os Super Dragões. Vinte e um anos se passaram e os Super prosseguem firmes no cumprimento da sua missão, materializando o seu sonho. Orgulhosamente auto-denominados «Guardiões da Invicta», os Super Dragões representam, defendem e apoiam o FC Porto e a Cidade em qualquer lugar do Mundo, seja contra quem fôr. Contemporaneamente, os Super são a mais mediática claque em Portugal e um dos grupos lusos mais reconhecidos internacionalmente. Polémicos quanto baste, edificaram um império comercial com os seus produtos, sendo, por isso, olhados de soslaio por alguns. A proliferação da marca Super Dragões cativou muitos adeptos do clube que adoptaram o vestuário da claque como traje quotidiano, independentemente de pertencerem ou não ao grupo. A implementação dos SD como uma parte activa da vida do clube despoletou a evolução da claque em termos numéricos e possibilitou, por exemplo, a realização de grandiosas coreografias, passando ainda a existir viabilidade na organização de enormes caravanas a vários pontos do país. Relativamente à disponibilidade para acompanhar o Porto na condição de visitante, os SD não têm rival à altura em Portugal. O Porto nunca se sentirá sozinho, garantidamente. Conotados com a máxima radicalidade, os Super não se fazem rogados em extremar os ânimos contra os rivais. A curva sul do Dragão é a ignição que faz eclodir o vulcão de apoio. Ao longo de todos estes anos, os Super Dragões deram vida a todas as curvas por onde passaram. Muitas coreografias foram apresentadas, muitos cânticos foram proferidos com a característica fragância da pronúncia do Norte, muitas palmas, muitas bandeiras, estandartes e cachecóis, as intensas fumaradas, as tochas.... Tantas histórias que o saudoso Tribunal testemunhou porque foi aí que durante muito tempo todos os Super Dragões davam «do fundo do coração o nosso grito por ti Porto Campeão». Provocando a admiração e o respeito, por um lado, a inveja e o ódio, por outro, os Super Dragões seguem hoje o seu caminho sem temerem quem os afronta. Os índios defenderão para sempre o seu Clube e a sua Cidade . Porque como dizem: «Só os mais fortes sobrevivem... Nós somos eternos!» Parabéns Super Dragões!