Noite fria, pé quente de Varela
Sofrido, muito suado mas inteiramente justo. O FCPorto regressou aos triunfos no campeonato com uma exibição de altos e baixos em termos de qualidade futebolística mas sempre com a atitude e empenho que são exigidos aos seus jogadores. E foi por isso que venceu! Ao contrário de anteriores partidas este FCPorto nunca desistiu e não se conformou com o empate. Foi à procura do golo e só não conseguiu mais tentos por fraca eficácia na concretização e por um punhado de grandes defesas do guarda-redes contrário.
A primeira parte apresentou-nos um FCPorto melhor e capaz de criar oportunidades de perigo na área adversária. O Rio Ave, muito bem organizado, foi conseguindo travar esses lances de perigo e era capaz de colocar a defesa do FCPorto em sentido. Maicon revelava sinais de nervosismo e João Tomás ia dando-lhe que fazer. Mas foi numa jogada de insistência de Hulk que surgiu o golo inaugural. O brasileiro embalou pelo centro e com alguma sorte conseguiu ficar sozinho perante Carlos, não perdoando a oportunidade. Estava de regresso aos golos e às boas exibições. A vantagem no marcador iria durar muito pouco. Com culpas para a defensiva portista a equipa de Vila do Conde chegou ao empate através de um golo de João Tomás. A intranquilidade voltava a pairar sobre o Dragão. Até ao fim da primeira parte o FCPorto podia ter chegado de novo à vantagem em dois lances, mas Bruno Alves e Falcao esbarraram no guarda-redes e nos defesas contrários.
Chegava-se ao intervalo com um já injusto 1-1. O intervalo veio acentuar a superioridade do FCPorto. A segunda parte foi uma colecção de oportunidades perdidas pelos jogadores do FCPorto. Meireles, Farías, Falcao por 3 vezes e Hulk falharam golos quase certos. O colombiano foi o rei do desperdício: falhou uma grande penalidade e dois lances em que estava sozinho perante Carlos. A vantagem portista no marcador já se justificava. Entretanto, Varela e Farías já estavam em campo quando Meireles executa um canto que o avançado argentino desvia para Varela carimbar definitivamente o triunfo do FCPorto, restavam 8 minutos para os 90. O português foi o trunfo saído do banco de suplentes e acentuou a sua importância na equipa portista desta temporada. Depois de muito tempo parado por lesão, Varela regressa em boa forma e a provar que podem contar com ele.
Os 90 minutos chegavam ao fim e os adeptos podiam finalmente respirar de alívio. Depois de um jogo de sofrimento valeu pela vitória e pela atitude e o querer demonstrados pelos jogadores. Destaque para o saudado regresso de Fucile, que provou que acrescenta muito mais do que Sapunaru à equipa, para a estreia de Maicon, embora muito nervoso e a falhar passes proibitivos, para o regresso às boas exibições de Hulk, apesar de ainda longe do que realmente pode fazer e para a subida de forma de Meireles e de Rodriguez.
A exibição não foi muito boa, mas foi suficiente para vencer-mos e para termos atingido uma diferença no marcador superior à alcançada.
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2 comentários:
Não foi um Porto brilhante, nem um Porto constante - às vezes até foi irritante -, mas foi um Porto bem melhor que frente ao Belenenses e frente ao Marítimo. Houve vontade, atitude, carácter e alguns períodos de bom futebol, com o Rio Ave, que é uma boa equipa, a ser claramente encostado às cordas, durante uma grande parte do jogo: depois do golo e em toda a segunda-parte - excepção à tremideira depois do 2-1.
Claro que há muito a melhorar. Por exemplo: Hulk agarrado às linhas e obrigado a defender, é um crime de lesa F.C.Porto; Falcao muito recuado, não pode depois aparecer onde é mais decisivo: coração da área. Ali com um magnifico golpe de cabeça obrigou o guarda-redes à defesa da noite; Belluschi tem de jogar mais próximo dos avançados; e depois, o problema dos problemas, um trinco que erra passes e mais passes. Não há equipa que resista a um jogador, normalmente o primeiro na fase de construção, que não acerta uma.
Um trinco não é só para defender e tapar as subidas dos centrais ou dos laterais.
Vamos ter jogos importantes - Guimarães, o autocarro do Setúbal e Benfica. É a hora da verdade. Se ultrapassarmos este período sem grandes danos, com um ou outro acerto, junto com os sinais de melhoria que já se notam, eu acredito.
Ah, eu resisto e comigo o F.C.Porto nunca caminhará sózinho.
Um abraço
Creio que a alteração em termos de atitude na equipa foi mesmo o aspecto que mais se notou neste jogo. Nota de destaque para Varela e para o seu regresso, com o golo que apontou ontem confirmou as indicações que já havia deixado na Quarta diante do Chelsea.
Abraço
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