domingo, 26 de outubro de 2008

Consternação

O Porto perdeu na recepção ao Leixões SC. Os Tricampeões Nacionais baquearam novamente em casa, depois de já terem, a meio da semana, perdido com o Dinamo de Kiev para a Champions League. Quando acontecem duas derrotas consecutivas no Porto, ainda por cima no Dragão, isso é um sinal inequívoco de que algo não está bem.

Pior do que a constatação da má forma do Porto é observar que os atletas não se empenham a fundo no seu trabalho. Pode não haver técnica ou táctica brilhantes, mas teria de haver sempre paixão, entrega e garra. Muito poucos jogadores do Porto actualmente seguem esse princípio basilar que fez do Porto um dos maiores clubes do mundo. As camisolas pesam e só jogadores com estofo, com brio, com sentido de responsabilidade, deveriam poder envergá-las. Nós, como adeptos, não temos o poder de impedir determinado jogador de actuar. Existe uma equipa técnica, existem pessoas responsáveis por contratações, existe um planeamento. Ou por outra, deveria existir! Portanto, cada um dentro da estrutura do Porto deve retirar as devidas ilações e as pessoas com o poder de decisão devem assumir, o quanto antes, o que correu ou está a correr mal e tomar medidas. O nome do FC Porto está acima de qualquer interesse individual. É esse princípio que deverá sempre nos nortear e é isso que nos trouxe grande parte do nosso sucesso desportivo e social.

O Leixões na noite de ontem parecia o Porto dos bons velhos tempos. Uma equipa solidária, com garra, pressionante, com jogadores de fato-de-macaco, sem vedetas, com muita alma, com um futebol simples e eficaz. O Leixões foi um justo vencedor e ainda foi penalizado com um golo mal anulado. Assumir o domínio que o Leixões teve no jogo é arrepiante, já que há mais de trinta anos que o Leixões não vencia o Porto. Depois de perder em casa para a Champions League quando isso já não acontecia há três anos e ver a incapacidade de o Porto travar uma equipa que não nos vencia há mais de três décadas, a época não nos pode naturalmente estar a deixar boas recordações.

O Porto tem de arranjar internamente uma forma de inverter o rumo dos acontecimentos. Há uma mudança que se impõe. Mudança na atitude, na mentalidade, na forma de jogar, na gestão da equipa. Incompreensíveis as substituições da noite de ontem, só para referir um exemplo! Por detrás da neblina, parece-se compreender agora que perdemos na última época o treinador principal: Carlos Azenha! Este ano, o Porto não tem passado de uma equipa remediada, que não se sabe mover em campo e que conta apenas com a inspiração momentânea dos seus melhores intérpretes. É hora de todos falarem menos e trabalharem mais. Todos!

2 comentários:

dragao vila pouca disse...

Não teremos uma grande equipa, um plantel de muita qualidade, não jogamos muito ontem, mas se o Jesualdo não fizesse coisas de alguém que está completamente desorientado - Mariano no lado esquerdo da defesa -, não andavamos hoje envergonhados.
Um abraço

mulher lua disse...

Meninos, a única forma de voltar a ganhar chama é reavivar a alma, aquecer o balneário. A equipa tem muitos estrangeiros e jovens, há que encontrar outro João Pinto, outro Baía, outro Jorge Costa! O Pedro Emanuel pode perfeitamente preencher esse papel, é deixá-lo!!!

Há que transmitir aos jovens e estrangeiros o fogo da verdeira alma portista que foi sempre aquilo que nos distinguiu dos mouros.

Veijios soul